PROCESSOS DE NOMEAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO NO RELATO DA PRIMEIRA VIAGEM AO REDOR DO MUNDO DE ANTONIO PIGAFETTA

Autores

  • Benilde Socreppa Schultz
Agências de fomento

Palavras-chave:

processos de nomeação, palavras e coisas, viajantes italianos

Resumo

Nesse artigo pretendemos demonstrar a maneira como o viajante italiano Antonio Pigafetta descreveu as coisas e as realidades com as quais se deparou na primeira viagem ao redor do mundo, acompanhando a armada de Fernão de Magalhães. O diário da viagem de Pigafetta contém a descrição de objetos, fauna, flora, culturas que eram até então desconhecidas ao europeu: desse modo a descrição da coisa contém especificações tais que constituem por si só um enunciado enciclopédico. Para o viajante italiano não importa o referente linguístico, a palavra, mas sim todos os processos discursivos que a contém: a forma, o sabor, o aspecto, o uso, etc., de modo que o seu leitor possa visualizar, comparar, e até mesmo sentir a ‘coisa’ descrita. Como afirma Nunes (1997, p.16): “Nos relatos dos viajantes [...] temos um desencadeamento de processos de referências, dos quais resulta uma espécie de sintonização da relação entre palavras e coisas, incluindo-se aí mecanismos de nomeação, de tradução, de identificação, que se inserem nas formas narrativas, descritivas e dialogais dos relatos.” Percebe-se que o significado da unidade lexical é explicitado mediante um percurso semasiológico que marca uma forte relação entre o conhecimento de mundo do viajante e o sujeito que o interpreta. 

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Publicado

20-03-2012

Como Citar

SCHULTZ, B. S. PROCESSOS DE NOMEAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO NO RELATO DA PRIMEIRA VIAGEM AO REDOR DO MUNDO DE ANTONIO PIGAFETTA. Línguas & Letras, [S. l.], v. 13, n. 25, 2012. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/6223. Acesso em: 3 nov. 2024.

Edição

Seção

ESTUDOS DE LINGUAGEM E CULTURA