ENTRE-LUGAR DE LEITURAS: O FEITIÇO DA ILHA DO PAVÃO (1997) E O CHALAÇA (1994)
Palavras-chave:
O feitiço da ilha do Pavão (1997), O Chalaça (1994), mitos hispânicos.Resumo
Esse trabalho busca aproximar os romances históricos contemporâneos O feitiço da ilha do Pavão (1997), de João Ubaldo Ribeiro, e O Chalaça (1994), de José Roberto Torero, analisando o entrecruzamento de referências em que os dois romances se encontram. Os romances compartilham de um espaço de apropriação mítico-literária, pelo qual leem os mitos hispânicos de Dom Juan e do Pícaro. O romance de Torero reescreve situações do Primeiro Império brasileiro e se constrói deslocando a perspectiva para Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, amigo e secretário particular de D. Pedro I. Para tal, a obra estabelece uma relação intertextual com o romance picaresco tradicional, engendrando uma série de motivos estruturais e organização textual que parodiam o relato autobiográfico do pícaro.A obra de João Ubaldo Ribeiro, por sua vez, resgata o período colonial brasileiro, efetuando uma concentração paródica da sociedade e conflitos da época, guiando-se pelas tensões entre o grupo principal de personagens (e seus ideais de liberdade e igualdade) e as instituições oficiais, como a igreja e o Estado, símbolos de dominação e opressão. Dom Juan surge na obra pelo desejo de liberdade e oposição às normas estabelecidas que se observa na ilha. Dessa leitura, buscaremos, então, pontos específicos de diálogo entre os mitos que ecoam nos romances e permitem relacioná-los com a estética romântica: a vingança e a viagem. Nosso estudo se baseia, então, da noção de mito como princípio estruturador da narrativa, segundo Frye (1973, p.333), e parte da compreensão de texto como heterogêneo, configurado como um mosaico de citações (KRISTEVA, 1974, p. 64).
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