Línguas de Sinais ODAL 2027 – Chamada de Trabalhos

18-11-2025

O uso e a forma dos nomes próprios nas línguas de sinais estão profundamente enraizados tanto na estrutura dessas línguas, quanto nas convenções da comunidade surda. Assim, o estudo dos nomes próprios permite vislumbrar as peculiaridades das línguas de sinais e da cultura surda. Nessas línguas, os nomes próprios cumprem as mesmas funções básicas que nas línguas faladas, sendo a principal delas a de identificar e referir-se exclusivamente a entidades específicas.

Além disso, os nomes próprios sinalizados carregam significados socioculturais, simbólicos e ideológicos. Entretanto, as línguas de sinais operam na modalidade visual-gestual, e não na modalidade oral-auditiva. Isso significa que os nomes sinalizados podem assumir diferentes formas: podem ser soletrados por meio do alfabeto manual; inicializados com a(s) primeira(s) letra(s) do nome falado; constituir uma representação descritiva de características físicas ou psicológicas da entidade referida; ou ainda combinar essas possibilidades. Os sinais de nome também podem ser substituídos ao longo da interação, por exemplo, para estabelecer referência espacial.

Em nível sociocultural, o acordo sobre o uso de um sinal de nome específico é um aspecto central da interação entre pessoas surdas, seja no curso de uma conversa, seja em sinais já mais amplamente convencionalizados. Do mesmo modo, a atribuição de um sinal de nome pessoal é um marcador essencial da cultura surda.

Este dossiê temático convida pesquisadores da área a submeter resumos de artigos que abordem a onomástica em línguas de sinais, incluindo, mas não se limitando aos seguintes temas:

  • Formas linguísticas dos nomes sinalizados;
  • Análises sintáticas ou gramaticais da introdução e do uso de nomes no discurso sinalizado;
  • Táticas para estabelecer ou concordar com um sinal de nome específico;
  • Mudanças nos sinais de nome ou nas convenções de nomeação ao longo do tempo;
  • Dimensões sociais, culturais, políticas, econômicas, simbólicas ou ideológicas dos nomes sinalizados.

Com esse foco temático, o dossiê visa explorar e destacar as ricas facetas linguísticas e culturais dos nomes próprios em línguas de sinais, evidenciando as contribuições dos estudos onomásticos nessas línguas para a ampliação da compreensão sobre a linguagem humana.

Instruções:
Os autores devem submeter seus resumos (300 palavras), incluindo título e 3 a 5 palavras-chave, até 16 de março de 2026, diretamente para o e-mail das editoras da revista e dos editores convidados: marcia.Seide@unioeste.br ;  yolalf@unam.mx; alexandre.sousa@fale.ufal.br; Lothc@ufs.ac.za .

Diretrizes para resumos:

O resumo deve conter 300 palavras, excluindo o título. Nele, é necessário apresentar uma descrição completa e concisa dos aspectos mais relevantes da pesquisa que será desenvolvida no artigo: contexto, propósito e/ou objetivos, metodologia, principais resultados obtidos e a contribuição da pesquisa para o campo da Onomástica. Devem ser incluídas três a cinco palavras-chave, separadas por vírgulas.

O resultado do processo de seleção dos resumos será comunicado por e-mail. Os autores dos resumos aprovados deverão estar preparados para enviar os artigos completos, por meio do site da revista Onomástica desde América Latina, na seção destinada aos dossiês, em abril de 2026.

As diretrizes para redação e formatação dos artigos podem ser acessadas no seguinte link: Submissões | Onomástica desde América Latina