De Frankenthal ao Badensertol: uma viagem pelos nomes alemães dos vales do Caí e seus afluentes, Rio Grande do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/odal.v4i1.31660
Agências de fomento
CAPES

Palavras-chave:

Vale do Caí, Rio Grande do Sul, Hunsrückisch, Toponímia alemã no Brasil

Resumo

 Na imensidão da América portuguesa, o Rio Grande do Sul representa um dos poucos lugares que possui um patrimônio toponímico de língua alemã no novo mundo. Grande parte dessa riqueza denominativa se deve ao advento da imigração alemã que teve seu início em 1824. Os nomes de lugares em alemão, em sua maioria reproduzida apenas na oralidade, fazem parte de um repertório linguístico ainda pouco documentado e descrito pelos estudiosos da Onomástica e da Germanística brasileira. Esse estudo tem por objetivo apresentar dados recolhidos para o corpus do projeto TALERS (Toponímia Alemã do Rio Grande do Sul) relativos à análise de 33 topônimos constituídos pelo nome genérico -tal ou –thal (em port. vale). A taxonomia adotada para a classificação dos dados é baseada na perspectiva de Dick (1990), uma vez que se trata de um sistema de classificação toponímica adaptado à realidade brasileira. A análise dos topônimos considerados nesse estudo permitiu classificá-los em diferentes classes, sendo que a de antropotopônimos é a mais abundante

Referências

ALTENHOFEN, C. V. ; MORELLO, R. et al. (2018). Hunsrückisch: inventário de uma língua do Brasil. Florianópolis: Garapuvu.

ALTENHOFEN, C. V. (2016). Standard und Substandard bei den Hunsrückern in Brasilien: Variation und Dachsprachenwechsel des Deutschen im Kontakt mit dem Portugiesichen. In: LENZ, Alexandra N. (Hg.). German Abroad: Perspektiven der Variationlinguistik, Sprachkontakt und Mehrsprachigkeitsforschung. Gottingen, Vienna University Press, S.103-129.

ARENDT, I. C.; MÜLLER, T. L. (1999). Toponímia: Nomes originais das localidades colonizadas por imigrantes alemães e descendentes. In: Anais do III Seminário da Ass. Nacional de Pesquisadores da História das Comunidades Teuto-brasileiras. Lajeado/RS.

BAHLOW, H. (1965). Deutschlands Geographische Namenwelt: Etymologisches Lexikon der Fluß- und Ortsnamen alteuropäischer Herkunft. Frankfurt am Main: Klostermann.

BARSEWISCH, J. (1905). Deutsche Ortsnamen in Rio Grande do Sul. In: Deutsche Erde: Zeitschrift für Deutschkunde, Band 04. S. 139-143.

BECKER, I. I. B. (1976). O índio kaingáng e a colonização alemã. In: Sep. de Anais do 2º Simpósio de História da Imigração e Colonização Alemã no Rio Grande do Sul, São Leopoldo - RS. p.45-71.

BERVIAN, B. A.; KREUTZ, R. A. (2013). Bohnental: Picada Feijão. KREUTZ, R. A. (orgs.) Bom Jardim – Ivoti: no palco da historia. Novo Hamburgo: Feevale.

CASTELEIRO, J. M. (Cord.). (2001). Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea. Lisboa: Academia das Ciências de Lisboa; Editorial Verbo.

CARDOSO, S. W. (2007). São Leopoldo Antigo. A cidade brasileira de colonização alemã. Porto Alegre: Est Edições.

CASTIGLIONI, A. C. (2014). Dicionário enciclopédico de topônimos do estado de Mato Grosso do Sul: uma proposta de modelo. Tese de Doutorado, UNESP, São José do Rio Preto.

COROMINAS, J. (1954). Diccionario Crítico Etimológico de la Lengua Castellana. Berna: Editorial Francke.

DAUZAT, A. (1951). Dictionnaire Étymologique des Noms de Famille et Prénoms de France. Paris: Librairie Larousse.

DE FELICE, E. (1986). Dizionario dei nomi italiani: origine, etimologia, storia, diffusione e frequenza di oltre 18.000 nomi. Arnoldo Mondadori Editore: Milano.

Diário da Encosta da Serra. Reportagem: Estrada do Restaurante Wolf será asfaltada no acesso ao Batatenthal. 30 jan. 2019. Disponível em: https://odiario.net/noticias/geral/estrada-do-restaurante-wolf-sera-asfaltada-no-acesso-ao-batatenthal/

DICK, M. V. de P. do A. (1990). Toponímia e Antroponímia no Brasil: coletânea de estudos. 2ª ed. São Paulo.

DICK, M. V. de P. do A. (1982). Origens históricas da toponímia brasileira: os nomes transplantados. In: Rev. Inst. Est. Bras. n.24. p. 75-96.

DORION, H.; POIRIER, J. Lexique des Termes Utiles à L’Étude des Noms de Lieux. Québec: Les Presses de L’Université Laval, 1975.

DROSDOWSKI, G. (1968). Duden Lexikon der Vornamen: Herkunft, Bedeutung und Gebrauch von mehr als 3000 Vornamen mit 75 Abbildungen. Bibliographisches Institut Mannheim: Dudenverlag.

ENGELMANN, E. G. (Org.). (2004). A saga dos alemães – do Hunsrück para Santa Maria do Mundo Novo. – Igrejinha (RS): E. G. Engelmann.

FARIA, O. de. (1914). Diccionario geographico, histórico e estatístico do Estado do Rio Grande do Sul. 2ª ed. Porto Alegre: Livraria Globo.

FISCHER, J. W. (2005). Toponímia alemã no Rio Grande do Sul. In: ARENDT, I. C.; WITT, M. A. (eds.), História, cultura e memória: 180 anos de imigração alemã: Teutônia e Westfália/RS, São Leopoldo: Oikos. [p. 166–181].

FLECK, L. (1994). A história de Sapiranga. Sapiranga: Editora Pallotti.

FLORES, H. A. H.; FLORES, M. (1996). Picada Café. Porto Alegre: Nova Dimensão.

FURTADO, N. F. (1969). Vocábulos indígenas na Geografia do Rio Grande do Sul. PUCRS, Porto Alegre.

FROSI, V. M.; FAGGION, C. M.; DAL CORNO, G. O. M. (2008). Toponimi italiani in terra brasiliana. Rivista italiana di Onomastica: RiOn, ed. 14, 2 vol. Società Editrice Romana, Roma. p.403-419.

GOMES, A. M. B.; ASSIS, K. B. de; COPSTEIN, R. (s.a). A colonização alemã na área de Joaneta. In: I Colóquio de Estudos Teuto-brasileiros. Porto Alegre: UFRGS, [s. a.]

GUÉRIOS, R. F. M. (1994). Nomes e Sobrenomes - tudo o que você gostaria de saber e não lhe contaram: Dicionário Etimológico. 4ª ed. São Paulo: VM Edições.

GRIMM; J.; GRIMM, W. (1852-1961). Deutsches Wörterbuch von Jacob Grimm und Wilhelm Grimm / Neubearbeitung (A–F). 1852-1961. digitalisierte Fassung im Wörterbuchnetz des Trier Center for Digital Humanities, Version 01/23, <https://www.woerterbuchnetz.de/DWB2?lemid=B00021>, abgerufen am 12.07.2023.

GRIMM, T. (1891). Heimatkunde des Staates Rio Grande do Sul. Verlag von Stutze e Hermsdorf in Santa Cruz, Rio Grande do Sul.

HESSEL, L. F. (1959). Os glossários de João Mendes da Silva: reunidos e comentados por Lothar F. Hessel. Pôrto Alegre: Centro de estudos filológicos – Universidade do Rio Grande do Sul. Faculdade e Filosofía.

JANNASCH, R. (1898). Die deutschen Kolonien in der Serra Geral des Staates São Pedro do Rio Grande do Sul. In: Jannasch (Hrsg.). Rathschläge für Auswanderer nach Südbrasilien. Berlin: Allgemeiner Verlags-Agentur. [S.71-88].

KADLETZ, T. (1937). Deutsche Ortsnamen in Brasilien. Stuttgart: Enke, S.423.

KAUTZMANN, M. E. M. (org.). (1978). Montenegro de ontem e de hoje. São Leopoldo: Rotermund S.A.

KLUGE, F. (1989). Etymologisches Wörterbuch der deutschen Sprache. Berlin -New York: Walter de Gruyter.

KOCH, W. (1974). Gegenwärtiger Stand der deutschen Sprache im brasilianischen Gliedstaat Rio Grande do Sul. In: ENGEL, U.; VOGEL, I. (Hrsg.) Deutsch in der Begegnung mit anderen Sprachen. Beiträge zur Soziologie der Sprachen. Bearb. v. Heinz KLOSS. Mannheim, Institut für deutsche Sprache; Tübingen, Narr, S. 79-117 (Institut für deutsche Sprache. Forschungsberichte; 20.)

KOHLHEIM, R.; KOHLHEIM, V. (2005). Duden Familiennamen: Herkunft und Bedeutung. Mannheim.

KREUTZ, R. A. (orgs.). (2013). Bom Jardim – Ivoti: no palco da historia. Novo Hamburgo: Feevale.

LACMANN, W. (1906). Ritte und Rasttage in Südbrasilien: Reisebilder und Studien aus dem Leben der deutschen Siedelungen. Berlin: Verlag Dietrich Reimer.

LANGHANS, P. (1896). Verbreitung des Deutschtums in Süd-Amerika. In : Langhans,Paul. Deutscher Kolonial-Atlas. 30 Karten mit 300 Nebenkarten (30 Maps with 300 Insets) Gotha : Justus Perthes, 1896. Link : https://rcin.org.pl/dlibra/doccontent?id=26950

LARA, L. F. (2006). Curso de Lexicología. México, D.F: El Colegio de México.

LEWANDOWSKI, T. (1982). Diccionario de Lingüística. Madrid: Ediciones Cátedra.

LOPES, N. (2006). Novo Dicionário Banto do Brasil: contendo mais de 250 propostas etimológicas acolhidas pelo Dicionário Houaiss. 1ª ed. Rio de Janeiro: Pallas.

MACHADO, J. P. (1984). Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa. Lisboa: Editorial Confluência.

MENTRUP, W. (1992). Zur Reform der deutschen Rechtschreibung: historische Hintergrünge – Der aktuelle Vorschlag. In: Terminologie et Traduction, n. 1. S.19-50.

MÜLLER, A. L. (1999). Dicionário Histórico e Geográfico da Região de Santa Cruz do Sul. 1ª ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC.

MÜLLER, J. (1948-1958). Rheinisches Wörterbuch. Band VII: R-Sch. Berlin und Bonn: Erika Klopp Verlag.

NAVARRO, E. de A. (2013). Dicionário de tupi antigo: a indígena clássica do Brasil. 1. Ed. São Paulo: Global.

NÜBLING, D. et al.(2012). Namen: eine Einführung in die Onomastik. Tübingen: Narr Francke Attempto Verlag.

PERALTA, A. J. (1950). El guarani en la geografia de America – diccionario de guaranismos. Ediciones Tupã: Buenos Aires.

PETRY, L. (1923). O município de São Leopoldo. São Leopoldo: Ed. Rotermund.

PFEIFER, W.; BRAUN, W. (1993). Etymologisches Wörterbuch des Deutschen. Berlin: Akademie Verlag.

PROENÇA, T. I. M. (2014). As marcas indígenas na região sócio-paisagística das terras baixas às margens do Rio Caí. Dissertação de Mestrado – UFRGS, Porto Alegre.

QUEIRAZZA, G. G.; MARCATO, C.; PELLEGRINI, G. B.; SICARDI, G. P.; ROSSEBASTIANO, A. (1997). Dizionario di Toponomastica: storia e significato dei nomi geografici italiani. 2 ed. Torino: Unione Tipografico-Editrice Torinese.

RABUSKE, A. (1980). Algo sobre a gênese dos nomes geográficos na região colonial alemã do Rio Grande do Sul. In: Colóquio de Estudos Teuto-Brasileiros 3, 387–412. Porto Alegre: Editora UFRGS.

RABUSKE, A. (1999). Os principais nomes geográficos da antiga freguesia de Dois Irmãos, RS e arredores. In: VIER, Antonio. História de dois Irmãos – RS: Passado e presente. Dois Irmãos-RS: Gráfica Sinodal.

ROHLFS, G. (1974). Dizionario toponomastico e onomastico della Calabria: Prontuario filologico-geografico della Calabria. Ravenna: Longo Editore.

RUSCHEL, D. M. S. (2017). Alto Feliz e os Ecos de sua História. Bom Princípio: Primeira Hora.

SAMPAIO, T. (1987). O Tupi na Geografia Nacional. 5ª ed. São Paulo: Editora Nacional, Brasília, DF: INL.

SCHNEIDER, J. T. (1991). Dictionary of African Borrowings in Brazilian Portuguese. Hamburg: Helmut Buske Verlag.

SCHNEIDER, B.; SCHERER, C. M. (2019). De Kappesberg a Salvador do Sul: histórias e memórias. São Leopoldo: Oikos.

TAVARES DE BARROS, F. H. (2019). Topodinámica del Hunsrückisch: Cartografía y ejemplos del proceso de cambio y manutención del léxico en contexto de migración. Tesis de Doctorado – Universidad de Bremen. Disponíble en: http://elib.suub.uni-bremen.de/peid/D00107803.html

TAVARES DE BARROS, F. H., LÖFF MACHADO, L.; PREDIGER, A. Deutschsprachige Toponyme in Brasilien. Beschreibung eines Namenkorpus. In: Ebert, Verena, Mühlan-Meyer, Tirza, Schulz, Matthias and Stolberg, Doris. Koloniale und postkoloniale Mikrotoponyme: Forschungsperspektiven und interdisziplinäre Bezüge. Berlin, Boston: De Gruyter, 2022, pp. 63-94. https://doi.org/10.1515/9783110768770-004

THUN, H.; WILKIN, R. (2018). A história que antecede a escrituralidade dos hunsriqueanos brasileiros: cartas do período napoleônico (1805-1813). In: ALTENHOFEN, C. V.; STEFFEN, J.; THUN, H. Cartas de imigrantes de fala alemã: pontes de papel dos hunsriqueanos no Brasil. São Leopoldo: Oikos. p. 31-46.

TIBIRIÇÁ, L. C. (1985). Dicionário de topônimos brasileiros de origem tupi: significação dos nomes geográficos de origem tupi. São Paulo: Traço Editora.

TRAILL, E. L.; VIGUERAS ÁVILA, A.; BAEZ PINAL, G. E. (2005). Diccionario básico de lingüística. México: Universidad Nacional Autónoma de México.

WEBER, N. M.; HANSEN, P. R. S. (2022). Conhecendo Picada Café: cidade dos lírios. Caxias do Sul, RS: São Miguel.

WEBER, E.; DUARTE, G. F.; FRANK, M.; HOFF, R.; ZOMER, S.; BASSANI, E.; JUNQUEIRA, I. (1998). Estruturação de sistemas de informação ambiental em bacias hidrográficas: o caso da Bacia Hidrográfica do Rio Caí – RS. In: Anais do GIS Brasil.

WEISSHEIMER, E. (2010). Os pioneiros da Picada Feliz. Porto Alegre: [s. ed.].

WOLF, W. (1964). Deutsche Einwanderer in São Leopoldo 1824-1937. Neustadt an der Aisch: Verlag Degener & Co.

VON MUELLER, F. (1905). Diccionario de plantas úteis. Porto: Edição da Gazeta das Aldeias.

S. AUTOR. (1995). Revista Brochier maior a gente que faz. Brochier-RS.

Downloads

Publicado

26-09-2023

Como Citar

TAVARES DE BARROS, F. H. De Frankenthal ao Badensertol: uma viagem pelos nomes alemães dos vales do Caí e seus afluentes, Rio Grande do Sul. Onomástica desde América Latina, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 1–31, 2023. DOI: 10.48075/odal.v4i1.31660. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/onomastica/article/view/31660. Acesso em: 30 abr. 2024.