Por um outro princípio epistemológico e metodológico na educação
a transdisciplinaridade
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v17i1.30538Palavras-chave:
Educação, Epistemologia, Transdisciplinaridade, ComplexidadeResumo
Este artigo tem por objetivo tecer sobre a necessidade de um outro princípio epistemológico e metodológico na educação: a transdisciplinaridade. A partir do prefixo ‘trans’, a transdisciplinaridade surge com o propósito de superar o conceito disciplinar e tem preocupação em reconhecer diferentes níveis de realidade a partir da lógica não-clássica do terceiro incluído, que podemos entender, no processo educacional, como a inclusão do estudante cognoscente e a existência de uma terceira possibilidade para além da dualidade clássica imposta (A e não-A). Este estudo teórico seguiu pelo caminho da Linguística Aplicada (LA), foi realizado durante o processo de doutoramento da primeira autora, sob a orientação da segunda autora, e teve como objetivo compreender o paradigma da transdisciplinaridade como outro fundamento teórico-metodológico educacional, especialmente na Academia. O trabalho tem como aporte teórico, fundamentalmente, os autores filósofos franceses contemporâneos, Gilles Deleuze e Félix Guattari (2012a, 2003), o físico teórico, Basarab Nicolescu (1999), o sociólogo, Edgar Morin (2020, 2015, 2011), e o filósofo, Sílvio Gallo (2013), entre outros interlocutores. Como resultado da pesquisa realizada, compreendemos a imprescindibilidade de mudança paradigmática na educação, com o intuito de efetivar uma educação transdisciplinar, emancipadora e coerente com o século atual, capaz de compreender a complexidade do tempo presente, de integrar educação e vida, de religar saberes, de envolver-se pela metodologia da incerteza e pelo direito ao erro e reconhecer, sobretudo, o estudante – multidimensional - como protagonista de seu processo de aprendência.
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