A caça às bruxas do século XX

a perseguição e a apropriação dos corpos femininos em “Garotas mortas”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v18i2.33091
Agências de fomento
Programa de Bolsa Institucional da UNILA (PROBIU)

Palavras-chave:

feminicídio, patriarcado, violência de gênero, Garotas Mortas

Resumo

O romance de não ficção Garotas Mortas (2018), de Selva Almada, retrata a história real de três jovens assassinadas na Argentina dos anos 80, casos ainda não resolvidos. O presente ensaio propõe uma análise das reflexões da autora ao reconstruir essas histórias, destacando o papel dos supostos agressores na herança patriarcal de dominação masculina. A obra demonstra como o poder de decidir sobre a vida das mulheres, especialmente as pobres e não brancas, não é mera coincidência, mas resultado de construções históricas dentro de uma lógica capitalista colonial e misógina. A análise aqui proposta tem como objetivo refletir brevemente sobre a obra literaria Garotas Mortas (2018), relacionando-a às questões das relações sociais de gênero, a fim de destacar as significativas contribuições da obra para o feminismo contemporâneo, especialmente no enfrentamento à cultura do estupro e do feminicídio. A metodologia de pesquisa envolve analisar as reflexões da autora sobre as condições das garotas assassinadas, comparando-as com teorias de gênero para explicar o processo violento que as mulheres são submetidas até se tornarem vítimas de feminicídio. Ao embasar a análise da obra nos textos de Maria Lugones (2020), Silvia Federici (2017) e Maria Clementina Cunha (1989), observa-se que a violência contra a mulher se perpetua como uma herança histórica do poder patriarcal e colonial. Como resultado, a pesquisa destaca a importância de confrontar essas questões para promover processos de conscientização e transformação social, visando contribuir para o enfrentamento às diversas violências desferidas contra as mulheres.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eliane Silva, Universidade Federal da Integração Latino-Americana - Unila

Graduada em Letras Libras ( Língua brasileira de sinais) licenciatura plena em Libras como L1 e L2 e Língua portuguesa como L1 e L2, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Especialista em ensino e aprendizagem de línguas adicionais, com ênfase em ensino de lingua portuguesa como língua adicional, pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Mestra pelo programa de Pós graduação em Literatura Comparada, pela Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA).Interesse de pesquisa em Literatura feminina, Literatura argentina, Processo de ensino e aprendizagem de português como língua materna e como língua adicional.Atuação: Ensino de Língua portuguesa e Literatura ( Ensino fundamental II e Médio) , Língua portuguesa como L2 e adicional.

Referências

ALMADA, S. Garotas Mortas. Trad. Sérgio Molina. São Paulo: Todavia, 2018.

CIXOUS, H. O riso da medusa. Trad. Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne. In: BRANDÃO, I. (org.) Traduções da cultura: perspectivas críticas feministas (1970-2010). Florianópolis, EDUFAL, 2017.

CUNHA, M. C. P. Loucura, gênero feminino: as mulheres do Juquery na São Paulo do início do século XX. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 9, n. 18, ago./set. 1989.

FEDERICI, S. Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Trad. Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.

LUGONES, M. Colonialidade e gênero. In: HOLLANDA, H. B. Pensamentos feministas hoje: perspectivas decoloniais. Trad. Pê Moreira, Bárbara Martins, Bruna Mendes, Cristine Carvalho, Igor Ojeda, Juliana Araújo e Juliana Luz. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020, p. 53-83.

Downloads

Publicado

15-08-2024

Como Citar

SILVA, E. A caça às bruxas do século XX: a perseguição e a apropriação dos corpos femininos em “Garotas mortas”. Travessias, Cascavel, v. 18, n. 2, p. e33091, 2024. DOI: 10.48075/rt.v18i2.33091. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/33091. Acesso em: 14 abr. 2025.

Edição

Seção

[DT] "DISCURSO E LETRAMENTO LITERÁRIOS E NÃO-LITERÁRIOS EM CONTEXTOS PERIFÉRICOS"