Contextualizações estéticas e históricas em Mulheres de cinzas de Mia Couto
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v14i1.23020Palavras-chave:
Identidades, Cultura, Modo de narrar.Resumo
Neste estudo apresento um recorte do romance Mulheres de Cinzas, do escritor moçambicano Mia Couto apresentando seu modo de narrar capaz de construir personagens com identidades em deslocamentos constantes. Isso traz à tona reflexões quanto à emergência de hibridismos em momentos de transformação histórica como o que ocorre na narrativa. Os aspectos identitários das personagens levam a refletir acerca do processo de construção do indivíduo, em que a relação que ele estabelece com a sociedade e com sua identidade, mesmo que na busca pela definição dela, é mediada pela cultura. Ao colocar cada sujeito num local em que já está inserido seja pelo vínculo de nascimento ou de identificação os coloca também entre dois mundos sem saber qual é o seu lugar nem quais são suas identidades nessa fronteira. Pelo fato dos deslocamentos irem além do geográfico, o conceito de subjetividade desterritorializada está presente na obra como deslocamento do eu, do indivíduo que emigra para outro país e precisa assumir o modo de vida daquele povo. Isso, porém, acontece até certo ponto, pois esse indivíduo não aceita essa unicidade que a cultura do outro lhe impõe e busca se compor enquanto ser singular num movimento de desterritorialização e reterritorialização.Downloads
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