v. 14 n. 1 (2020)

A revista Travessias publicará o dossiê MITO, IMAGINÁRIO E ECOLINGUÍSTICA, fazendo uma ponte entre a Antropologia do Imaginário de Gilbert Durand e a Ecolinguística, com ênfase na sua variante Linguística Ecossistêmica. A despeito de aparentemente muito diferentes, essas duas disciplinas dialogam muito bem. A Linguística Ecossistêmica olha para a língua não apenas como uma estrutura, um código que permita um emissor enviar mensagens a um receptor, como na Linguística tradicional. Além disso, ela insere a língua na cultura, considerando seu objeto holisticamente. Ela vê a língua em suas três dimensões: natural, mental e social. O diálogo com a teoria do Imaginário começa justamente pelo ecossistema mental, mas levando em consideração o lado natural e o social. Afinal, segundo Durand, o ser humano é dotado da capacidade de formar símbolos e de criar mitos em sua vida sociocultural de acordo com o trajeto antropológico do imaginário. O imaginário e seu conjunto dinâmico de imagens constitui o capital pensado do homem, a fonte de suas manifestações artísticas e de seus processos mentais. A Antropologia do Imaginário além de ser um arcabouço teórico para se estudarem as imagens de textos escritos, orais e sincréticos, permite estudar também o mito, relato fundante da cultura, que vai estabelecer as relações entre as diversas partes do universo, entre os homens e o universo bem como dos homens entre si. Convidamos os potenciais interessados a enviar suas propostas de estudos.
Organizadores: Elza Kioko Nakayama Nenoki do Couto (UFG), Genis Frederico Schmaltz Neto (FANAP) e Lorena Araújo de Oliveira Borges (UFAL).