A cosmogonia amazônica na poética do imaginário de João de Jesus Paes Loureiro
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v14i1.24183Palavras-chave:
Cosmogonia, Imaginário, Paes Loureiro.Resumo
Este trabalho analisa os traços da cosmogonia amazônica presentes na poética do imaginário de João de Jesus Paes Loureiro. O autor da cidade de Abaetetuba no Pará viveu parte da sua infância às margens das ilhas e carrega, na sua escrita, traços memorialísticos das narrativas míticas ribeirinhas. Assim, sua formação cultural e intelectual é marcada pela poética das águas. O estudo possui em seu corpus analítico passagens de poemas como “Paisagem mítica”, “Abaetetuba sempre”, “A história luminosa e triste do Cobranorato”, “Cantar da Iara”, entre outros. Para identificar os traços mais representativos da cosmogonia amazônica, o estudo dialoga com autores do campo da mitologia, do imaginário e da cultura amazônica. A análise de poemas se pautou em uma leitura discursiva e narratológica a partir dos estudos culturais. A pesquisa selecionou uma corpora poética a fim de ler os traços cosmogônicos da Amazônia na poética do autor. Nesse sentido, embasou-se em autores como Eliade (1963), Pizarro (2012) e no próprio Paes Loureiro (2000) como teórico de si. Desse modo, as narrativas míticas surgem como vivência e forma de explicação da complexa formação do universo amazônico, constituída de narrativas que dão voz aos povos dessa região. As cenas culturais evocam, neste estudo narratológico, seres encantados das profundezas dos rios, das florestas e legitimam a cosmologia das encantarias, categorizada por Paes Loureiro como poética estetizante. Com isso, por meio da escrita poética desse autor, este artigo identifica as relações entre a natureza e as narrativas míticas, observando o regime das águas como fenômeno que exerce grande influência sobre a vida do caboclo amazônico, seja no modo de ver ou de construir a gênese da (re) criação do mundo e dos seres amazônicos.
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