Labirintos autorais: a adaptação fílmica de In the tall grass, de Stephen King e Joe Hill
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v15i2.27644Palavras-chave:
Adaptação, Stephen King, Cinema, Streaming.Resumo
O presente artigo tem por objetivo realizar um estudo sobre as estratégias adaptativas empregadas no processo de remidiação do conto “In the tall grass” (2012), de Stephen King e Joe Hill, para a linguagem cinematográfica do streaming. Para tanto, nos propomos a realizar uma leitura imanente pautada nos aspectos formais e temáticos das duas obras: alterações e permanências de elementos narrativos, rupturas e continuidades formais e simbólicas, além das escolhas e recursos da linguagem cinematográfica empregados pelo adaptador Vincenzo Natali, bem como suas (possíveis) motivações. Para tanto, nos embasamos nas teorias acerca do processo de adaptação propostas por Stam (2000), Bolter e Grusin (2000), Ondaatje (2002) e Hutcheon (2013). A partir da análise, concluimos que, com a tarefa de não apenas reconfigurar uma obra literária para o modo de engajamento audiovisual mas, além disso, expandir uma narrativa curta para a duração de um filme longa-metragem, Natali lança mão de estratégias voltadas para a adaptabilidade do material-fonte e para a aceitabilidade mercadológica de seu filme, a saber: ampliação da participação dos personagens secundários e terciários; adição de um herói arquetípico como protagonista; ampliação dos cenários do conto, inserção de elementos sci-fi e do horror slasher. Ademais, muitos elementos da sintaxe cinematográfica são utilizados para transportar para a tela a tensão e a opressão do locus horribilis retratado no conto, tais como: tomadas aéreas do matagal; planos-detalhe em elementos da natureza; quadros abertos para estabelecer a localização dos personagens.
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