CULTURA, LINGUAGEM E IDENTIDADE: REFLEXÕES SOBRE ESSE MOVIMENTO

Resumo

Este artigo tem por objetivo oferecer reflexões sobre algumas articulações existentes no processo de construção cultural possibilitado e intermediado pela linguagem e a constituição de identidades. Pensar esse movimento em termos dialéticos entre macro e micro-sistemas nos permite uma visão mais ampliada do processo de interferências mútuas e contínuas entre as duas instâncias. Compreender que as posturas assumidas no cotidiano, as linguagens utilizadas nas relações, com seus textos e subtextos, contribuem para a reposição ou resistência da ideologia dominante e permite que nos sensibilizemos quanto à responsabilidade que temos na construção da realidade. Sendo assim, podemos tanto manter os valores hegemônicos quanto construir outras referências que poderão gerar conflitos e transformações profundas em diferentes contextos e na sociedade. Aos profissionais da saúde, dentre outros, são atribuídos autoridade e poder de decisão sobre as demais pessoas estabelecendo, desta forma, na maioria das vezes, uma relação assimétrica entre esses e aqueles que estão sob seus cuidados. A responsabilidade desses profissionais é enorme, tanto para mexer e remexer sentimentos de auto-estima dos pacientes quanto para enchê-los de entusiasmo com os possíveis tratamentos ou mesmo desanimá-los de prosseguir com eles. Na busca de autonomia, está previsto conhecimento de si próprio, dos elementos que interferem tanto na constituição pessoal do “eu” como na do “eu” dos outros, reflexão sobre o processo de fazer escolhas, percepção da parcela de responsabilidade não apenas para preservar a ordem das coisas como também para alterá-la, questionar a naturalidade dos valores, posturas, concepções utilizando-se de diferentes perspectivas.