Crise da educação contemporânea: da aprendizagem à formação
DOI:
https://doi.org/10.48075/educare.v18i47.30057Palavras-chave:
Filosofia da Educação; Aprendizagem; Diálogo Hermenêutico.Resumo
O texto visa a debater a crise da educação contemporânea baseada em critérios de mensuração de resultados pela ótica da aprendizagem. Reflete sobre a retórica inflada da aprendizagem que tomou conta dos cenários da educação em nível mundial nos últimos tempos e tenta mapear a origem desse discurso. Tensiona os elementos que estão em jogo nesse processo, especialmente a ideia de “governamento pedagógico das populações” (NOGUERA-RAMÍREZ, 2009; SIKILERO; THOMA, 2015), ora como uma nova “totalidade social” (BIESTA, 2012; 2013; 2018; BALL, 2013), que contraria os princípios de uma educação democrática, posto que concentrada apenas no aspecto avaliativo do processo pedagógico. As políticas públicas quando pensadas numa perspectiva democrática precisam de referenciais da filosofia da educação que as auxiliem a problematizar de maneira plural, aberta e provisória o ideal de ser humano e sociedade buscado. Conclui pela necessidade de redimensionar o discurso da educação sob o ponto de vista da ideia de formação, em especial a recuperação do diálogo hermenêutico alicerçado da leitura pontual que Gadamer faz de Sócrates.
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