Tensões em perspectivas no processo de escrita acadêmica
DOI:
https://doi.org/10.48075/educare.v18i47.30555Palavras-chave:
Escrita Acadêmica; Dificuldades; Emoções.Resumo
A escrita acadêmica nos tensiona, seja na busca de convencimento dos pares, seja no medo de suas avaliações. E é nos meandros dos sentimentos que experimentamos ao escrevermos academicamente que encontramos um profícuo campo de investigação, capaz de auxiliar-nos a percorrer o processo criativo da ciência de forma mais ciente. Assim, o objetivo deste artigo é perspectivar algumas dessas tensões emocionais experimentadas por estudantes de graduação e pós-graduação de forma a analisar suas características sociais, e não apenas individuais – fazendo destacar seu caráter coletivo. Para isso, os dados utilizados na análise e reflexão deste artigo partem de uma coleta conduzida através de um questionário semiestruturado durante o minicurso de escrita acadêmica na XIV ANPED SUL (2022) – totalizando 49 respondentes. A metodologia de tratamento e de análises dos dados, bem como a de condução do minicurso, foi embasada na pesquisa-ação institucional. As teorias que apoiam tais análises partem da sociologia da escrita, da ciência e das emoções, tendo como seus principais representantes Pierre Bourdieu, Howard Becker, Bruno Latour e Jack Barbalet. Os resultados apresentados apontam alguns imaginários socialmente compartilhados que dificultam o processo da escrita acadêmica – o artigo tensiona tais imaginários para lidarmos de maneira mais consciente com o desafio que é escrever academicamente.
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