A questão da distância e da perspectiva na relação de trabalho na Psicanálise observada a partir da experiência do historiador
Palavras-chave:
Relação de trabalho na Psicanálise; neutralidade na psicanáliseResumo
Este texto aborda o problema da distância e perspectiva na Psicanálise de um ponto de vista referenciado na experiência mais ampla que marcou a constituição das áreas da Sociologia, da História, da Antropologia, genericamente das humanidades durante a segunda metade do século XIX e o começo do século XX. Minha hipótese é que a distância e a perspectiva no ato psicanalítico não foram (ou não funcionaram como) variáveis independentes conforme pretendeu Freud. O manejo axiologicamente neutro (ou assim pretendido por ele) dos pacientes na clínica psicanalítica resultava sempre irrealizado uma vez que seu trabalho consistia em interrogar e interpretar o material de pesquisa muitas vezes orientando a pessoa no divã a interrogar-se a si mesma. Ao mesmo tempo, busco identificar e discutir como a judeidade em Freud o fez um investigador curioso, problematizador e irrequieto com sua identidade à medida que remexia a constituição da enigmática escultura de Moisés feita por Michelangelo. Sobre esse ponto, analiso a semelhança desse Moisés (tolerante e / ou enfurecido) com Freud.
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