Avaliação da toxicidade do extrato liofilizado de casca de noz-pecã Carya illinoinensis (Wangenh.) K. Koch sobre parâmetros comportamentais, de fertilidade e sobrevivência em Drosophila melanogaster

Resumo

As plantas são utilizadas como fitoterápicos devido aos seus compostos bioativos, especialmente metabólitos secundários com propriedades terapêuticas variadas. Neste contexto, pode ser citada a nogueira-pecã Carya illinoensis, introduzida no Brasil no século XIX, a qual destaca-se na região Sul pela alta produtividade de nozes e sua casca tem sido utilizada etnofarmacologicamente em preparações como chás. Apesar de seus benefícios, o uso de extratos naturais, em altas doses, pode ser prejudicial, o que torna essencial a avaliação de sua toxicidade. Neste sentido, pode ser utilizada a mosca Drosophila melanogaster, modelo bioquímico de baixo custo para avaliar tanto efeito terapêutico, quanto efeitos toxicológicos de produtos naturais e sintéticos, devido à similaridade genética com humanos. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo investigar o efeito do extrato aquoso liofilizado de casca de noz pecã em diferentes concentrações, faixa de 1 a 100 mg/mL, sobre a taxa de sobrevivência, comportamento locomotor e fertilidade das moscas. Para tal, foram realizados testes de toxicidade aguda, avaliação da atividade locomotora utilizando o ensaio de escalada negativa e análise da fertilidade por meio da contagem de descendentes. Os resultados indicaram uma toxicidade dose-dependente, onde concentrações acima de 50 mg/mL causaram significativa redução na sobrevivência, aumento de comportamentos hiperativos e diminuição na fertilidade. Conclui-se que o extrato de casca de noz-pecã apresenta potencial efeito tóxico em altas concentrações, o que destaca a necessidade de estudos adicionais para elucidar seus mecanismos de ação e definir doses seguras de uso do seu chá.