Inglês como Língua Franca Não é Zona Neutra, é Zona Transcultural de Poder: Por Uma Descolonização de Concepções, Práticas e Atitudes
Palavras-chave:
Inglês como língua franca (ILF), descolonização, transculturalidade, Ensino de Língua Inglesa (ELI).Resumo
O objetivo do artigo é discutir a condição do inglês como língua franca (ILF) na contemporaneidade, demonstrando que o seu avanço pelo mundo é um fenômeno sui generis, de caráter transcultural e que transcende a concepção tradicional de língua franca (OSTLER, 2010; MAURANEN, 2018). Em diálogo com os estudos de descolonialidade (QUIJANO, 2007; MIGNOLO, 2010), translinguismo (CANAGARAJAH, 2013; GARCÍA; WEI, 2014) e a partir das implicações político-pedagógicas das pesquisas em ILF (SEIDLHOFER, 2011; COGO, 2015), defende-se aqui um processo de descolonização de crenças, atitudes, premissas e métodos nos mais diversos níveis, visando, entre outros aspectos, à des(re)construção de discursos e práticas daqueles envolvidos diretamente com o ensino do idioma.Referências
ACHEBE, C. The African writer and the English Language. In: OKPEWHO, I. (Ed.). Chinua Achebe’s Things Fall Apart: A Casebook. New York: Oxford University Press, 1975, p. 55-65.
BAGNO, M. Cassandra, Fênix e outros mitos. In: FARACO, C. A. (Org.). Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001. p. 47-83.
BAIRD, R.; BAKER, W.; KITAZAWA, M. The complexity of ELF. Journal of English as a Lingua Franca, Vol. 3, No. 1, p. 171-196, 2014.
BAKER, W. English as a lingua franca and intercultural communication. In: JENKINS, J.; BAKER, W.; DEWEY, M. (Ed.). The Routledge Handbook of English as a Lingua Franca. Abingdon, UK: Routledge, 2018, p. 25-36. .
BLOOMAERT, J. The sociolinguistics of globalization. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
CANAGARAJAH, S. Translingual practice: Global Englishes and cosmopolitan relations. London/New York: Routledge, 2013.
CANAGARAJAH, S. In search of a new paradigm for teaching English as an international language. Tesol Journal, Vol. 5, No. 1, p. 767-789, 2014.
CANAGARAJAH, S. Translingual practice as spatial repertoires: Expanding the paradigm beyond structuralist orientations. Applied Linguistics, Vol. 39, No. 1, p. 31-54, 2018.
CHRISTIANSEN, T. The rise of English as the global lingua franca: Is the world heading towards greater monolingualism or new forms of plurilingualism? Lingue e Linguaggi, No. 15, 2015, p. 129-154.
COGO, A. English as a lingua franca: Descriptions, Domains and Applications. In: BOWLES, H.; COGO, A. (Eds.). International perspectives on English as a lingua franca: pedagogical insights. New York: Palgrave Macmillan, 2015, p. 1-12.
COGO, A.; DEWEY, M. Analysing English as a lingua franca. London/New York: Continuum, 2012.
COUTO, M. E se Obama fosse africano? São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
DUBOC, A. P. M. The ELF teacher education: Contributions from postmodern studies. In: GIMENEZ, T.; EL KADRI, M. S.; CALVO, L. C. S. (Ed.). English as a Lingua Franca in teacher education: A Brazilian perspective. Berlin: De Gruyter Mouton, 2018, p. 159-187.
ECO, H. A busca da língua perfeita. Trad. Antonio Angonese. 2a. Ed. Bauru, SP: Edusc, 2002.
FRIEDRICH, P.; MATSUDA, A. When five words are not enough: A conceptual and terminological discussion of English as a lingua franca. International Multilingual Research Journal, No. 4, p. 20-30, 2010.
GARCÍA, O.; WEI, L. Translanguaging: Language, Bilingualism and Education. New York: Palgrave Macmillan, 2014.
GIMENEZ, T. Renomeando o inglês e formando professores de uma língua global. Estudos Linguísticos e Literários, Vol. 52, p. 73-93, ago-dez 2015.
JENKINS, J. Repositioning English and multilingualism in English as a Lingua Franca. Englishes in Practice, Vol. 2, No. 3, p. 49-85, 2015.
JORDÃO, C. ILA – ILF – ILE – ILG: Quem dá conta? Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, Vol. 14, No. 1, p. 13-40, 2014.
JORDÃO, C. M.; MARQUES, A. M. English as a lingua franca and critical literacy in teacher education. In: GIMENEZ, T.; EL KADRI, M. S.; CALVO, L. C. S. (Ed.). English as a Lingua Franca in teacher education: A Brazilian perspective. Berlin: De Gruyter Mouton, 2018, p. 53-68.
KLEIMAN, A. B. Agenda de pesquisa e ação em Linguística Aplicada: problematizações. In: MOITA LOPRES, L. P. da. (Org.). Linguística Aplicada na modernidade recente: Festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, 2013, p. 39-58.
KUMARAVADIVELU, B. Dangerous liasion: Globalization, Empire and TESOL. In: EDGE, J. (Ed.). (Re)Locating TESOL in an age of empire. New York: Palgrave Macmillan, 2009, p. 1-26.
KUMARAVADIVELU, B. The decolonial option in English teaching: Can the subaltern act? TESOL Quarterly, Vol. 50, No. 1, p. 66-85, 2016.
MALDONADO-TORRES, N. On the coloniality of being. Cultural Studies, Vol. 21. No.2-3, p. 240-270, 2007.
MARQUES, A. N. Práticas translíngues e colaborativas em um curso de inglês. Tese de Doutorado (não publicada), Universidade Federal do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Letras, Curitiba (PR), 2018.
MAURANEN, A. Conceptualising ELF. In: JENKINS, J.; BAKER, W.; DEWEY, M. (Ed.). The Routledge Handbook of English as a Lingua Franca. Abingdon, UK: Routledge, 2018, p. 7-24.
MIGNOLO, W. D. Delinking: The rhetoric of modernity, the logic of coloniality and the grammar of de-coloniality. In: MIGNOLO, W. D.; ESCOBAR, A. (Ed.). Globalization and the decolonial option. London/New York: Routledge, 2010, p. 301-368.
MIGNOLO, W. D. Decolonizing western epistemology/building decolonial epistemologies. In: ISASI-DAZ, A. M.; MENDIETA, E. (Ed.). Decolonizing Epistemologies: Latina/o Theology and Philosophy. United States: Fordham University Press, 2011, p. 19-43.
MOORE, P. Becoming bilingual in the ELF classroom. ELT Journal, Vol. 72, No. 2, p. 131-140, 2017.
NAULT, D. Going global: Rethinking culture teaching in ELT contexts. Language, Culture and Curriculum, Vol. 19, No. 3, p. 314-328, 2006.
OSTLER, N. The last lingua franca: English until the return of Babel. New York: Walker & Company, 2010.
PENNYCOOK, A. English and the discourses of colonialism. London/New York: Routledge, 1998.
PENNYCOOK, A. Global Englishes and transcultural flows. London/New York: Routledge, 2007.
QUIJANO, A. Coloniality and modernity/rationality. Cultural Studies, Vol. 21, No. 2-3, p. 168-178, 2007.
RAJAGOPALAN, K. The concept of ‘World English’ and its implications for ELT. ELT Journal Vol. 58, No. 2, p. 111-117, April 2004.
RAJAGOPALAN, K. ‘World English’ or ‘World Englishes’? Does it make any difference? International Journal of Applied Linguistics, Vol. 22, No. 3, p. 374-391, 2012.
SEIDLHOFER, B. Understanding English as a lingua franca. Oxford: Oxford University Press, 2011.
SHIN, H. Rethinking TESOL from a SOL’s perspective: Indigenous epistemology and decolonizing praxis in TESOL. Critical Inquiry in Language Studies, Vol. 3, No. 23, p.147-167, 2006.
SIQUEIRA, D. S. P. Inglês como língua internacional: por uma pedagogia intercultural crítica. Tese de Doutorado (não publicada), Universidade Federal da Bahia, Programa em Letras e Linguística, Salvador (BA), 2008.
WEI, L. New Chinglish and the post-multilingualism challenge: Translanguaging ELF in China. Journal of English as a Lingua Franca, Vol. 5, No. 1, p. 1-25, 2016.
WIDDOWSON, H. G. The Ownership of English .TESOL Quarterly, Vol. 28, No. 2, p. 377-389, 1994.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.