Entre o escargot e o camarão: intersecção entre a memória coletiva da bélle époque e a memória individual no universo poético de Adalcinda Camarão

Autores

Agências de fomento

Palavras-chave:

Bèlle Époque, Adalcinda Camarão, Poesia Amazônica

Resumo

O presente artigo visa apresentar a intersecção entre a memória coletiva da Belle Époque e a memória individual no universo poético da escritora amazônida Adalcinda Camarão. Antes mesmo de adentrar nas cenas da vida amazônica por meio da poética da escritora paraense, é mister apresentar a Amazônia da Bèlle Époque, no final do século XIX e início do século XX em que a Amazônia vivencia uma experiência cultural e artística, de um lado, embalada pela sociedade da borracha, a “elite da alta goma”, e, por outro, a grande miséria que marca muitos países como o Brasil. O ciclo da borracha marcou Belém com os projetos de reforma urbana, no governo de Antônio Lemos, que contribuiu para a construção do imaginário de “Paris nos trópicos”, onde houve a tentativa de transformar a cidade de Belém em uma capital francesa. Daí, surge a memória coletiva que Michel Pollack nos apresenta contrapondo-se com a memória individual que Halbwachs nos aponta. A memória coletiva e a memória individual se cruzam e se entrelaçam no universo poético de Adalcinda Camarão, em que a escritora apresenta cenas da vida amazônica marajoara e belenense envoltas em saudades, teias de memórias e vivências.

Biografia do Autor

Raimunda Berenice Pinheiro Cardoso, Universidade da Amazônia

Professora de Língua Portuguesa e Literatura da Rede Pública Estadual do Pará. 

Doutoranda do Progranma de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagem e Cultura da Universidade da Amazônia.

PAULO JORGE MARTINS NUNES, UNAMA - Universidade da Amazônia

Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura da UNAMA.

Referências

BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. Trad. Antonio de Pádua Danesi. 2ª Ed.São Paulo: Martins Fontes, 2008.

BASSALO, Célia Coelho. O Art-noveau em Belém. Belém Funarte Secdet UFPA, 1982.

BLONDEL, C. Introducción a la Psicologia Coletiva. Buenos Aires: Troquel, 1996.

CAMARÃO, Adalcinda. Antologia Poética. p. 154. Belém: CEJUP, 1995.

CAMARÃO, Adalcinda. Paisagem Typica. Revista A SEMANA, Belém, Nº 983, p. 5, 04/06/1938.

CASTRO, Fábio Fonseca de. A Cidade Sebastiana. Era da Borracha, Memória e Melancolia numa Capital da Periferia da Modernidade. Belém: Edições do Autor, 2010.

COELHO, Marinilce Oliveira. O Grupo dos Novos (1946 – 1952): memórias literárias de Belém do Pará. Belém: EDUFPA: UNAMAZ: 2005.

FERNANDES, José Guilherme dos Santos. Negritude e crioulização em Bruno de Menezes. Novos cadernos NAEA. V.13 p. 219-233. UFPA.2010.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Ed. Centauro, 2004.

JURANDIR, Dalcídio. Belém do Grão-Pará. 2. ed. Belém: EdUFPA, 2004 (1ª ed., 1960).

JURANDIR, Dalcídio. Ribanceira. Rio de Janeiro: Record, 1978.

LOUREIRO, João de Jesus Paes. Revista Exame: Pará vive a sua própria Belle Époque. Entrevista concedida à revista Exame em 6 de janeiro de 2012. Disponível em: https://exame.abril.com.br. Acessado em 09.11.2019.

MEIRA, Octávio. Memórias de quase-ontem. Rio de Janeiro, Lidador, 1976, p.15.

PEREIRA, Edvaldo Santos. Academia do Peixe Frito: Presença da intelectualidade no cotidiano popular. Revista Asas da Palavra, vol. 15, nº1, julho, 2018.

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos históricos. Rio de Janeiro, vol. 2, nº 3, 1989.

SANTOS, Milton. A natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 4a. Ed, 2006.

SANTOS, Roberto Araújo de Oliveira. História econômica da Amazônia (1800-1920). São Paulo: T.A. Queiroz, 1980.

Downloads

Publicado

09-02-2021

Como Citar

CARDOSO, R. B. P.; NUNES, P. J. M. Entre o escargot e o camarão: intersecção entre a memória coletiva da bélle époque e a memória individual no universo poético de Adalcinda Camarão. Línguas & Letras, [S. l.], v. 21, n. 51, p. http://dx.doi.org/10.5935/1981–4755.20200033, 2021. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/25651. Acesso em: 30 abr. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ: CENAS DA VIDA AMAZÔNICA: SUJEITOS DIVERSOS ENTRE TEIAS DE LITERATURA E LINGUAGENS