Investigação dos nomes predominantes das meninas israelenses: revelando ideologias Segundo a análise do discurso foucaultiana
DOI:
https://doi.org/10.48075/odal.v5i1.32943Palavras-chave:
Análise do discurso foucaultiana, nomes estáveis, lista de nomes populares de meninas, normativiade social, lista de nomes raros de meninasResumo
Os nomes das meninas israelenses que permaneceram predominantes por longos períodos foram examinados com o objetivo de determinar sua representação nos discursos sociais, conforme definido por Foucault (2002). Nomes raros, que ocorreram de três a dez vezes por ano de 1948 a 2015, também foram analisados. Foucault definiu quatro eixos dicotômicos que distinguem os discursos sociais, sendo cada eixo caracterizado pela normatividade social em uma extremidade e criatividade original na outra. Os quatro eixos dicotômicos do discurso, segundo Foucault, são 'evento discursivo oposto à criação', 'série discursiva oposta à unidade', 'regularidade discursiva oposta à originalidade' e 'condição de possibilidade oposta à significação'. Os nomes das meninas mais prevalentes foram considerados como representação da normatividade social, enquanto os nomes raros foram considerados como representações do discurso social contendo criatividade original. Foram encontrados 19 nomes prevalentes, dos quais 12 permaneceram na lista de nomes mais populares por 68 anos, e sete dos quais apareceram na lista por pelo menos 40 anos. Quinze desses 19 nomes são nomes de figuras femininas do Antigo Testamento. Oito dos nomes são os das mulheres mais importantes da Bíblia – mulheres que também desfrutaram do maior grau de favor na tradição judaica. Outros quatro nomes são de mulheres assertivas cujas ações eram vistas de forma desfavorável na tradição judaica. Uma análise desses nomes em termos foucaultianos indicou que a lista de nomes mais populares para meninas constitui parte de três discursos sociais simultâneos na sociedade israelense em seus subgrupos componentes. Esses três discursos são: o discurso judaico tradicional, o discurso sionista e o discurso israelense. Este último discurso não só apresentou nomes que apareceram por muitos anos na lista de nomes populares; também apresentou, em mais da metade dos casos, nomes pertencentes às listas de nomes raros – um fenômeno consistente com a criatividade, em termos foucaultianos.
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