A relação com o saber de docentes do ensino médio: um olhar para as atividades experimentais
DOI:
https://doi.org/10.48075/rtm.v17i28.31295Palavras-chave:
Relação com o saber; Relação identitária com o saber; Atividades experimentais.Resumo
O presente artigo investigou elementos das relações com o saber que um grupo de docentes de Ciências da Natureza possui e a influência destas na adoção das atividades experimentais em suas aulas. Nesse sentido, partimos dos pressupostos da teoria da relação com o saber de Bernard Charlot para investigar quais relações com o saber foram construídas por docentes de Ciências da Natureza de escolas públicas de um município do interior de Mato Grosso do Sul em favor da realização de atividades experimentais. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas e o material coletado foi analisado por meio da Análise Textual Discursiva. Foram identificados elementos relacionais dos docentes consigo mesmos, com os outros e com o mundo, buscando identificar como como estes refletem nas atuações destes docentes diante da adoção de atividades experimentais em suas aulas. Identificamos que os docentes com melhores relações na dimensão social, apresentaram relações mais fortalecidas nas dimensões epistêmica e de identidade com os saberes profissional e experimental, refletindo na adoção e melhor compreensão do papel destas atividades, não os eximindo de algumas concepções equivocadas. Destacamos a relevância das formações continuadas na área de Ciências da Natureza no sentido de fortalecer as relações epistêmicas sobre a atividade experimental, de modo a refletir e superar as deformações existentes nas concepções docentes sobre a construção do conhecimento científico.
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