Formação de professores e internacionalização da Educação Básica: Repensando o ensino de Línguas e a noção de fronteira Geopolítica
DOI:
https://doi.org/10.48075/rtm.v17i29.31855Palavras-chave:
Educação; Decolonialidade; Translinguagem.Resumo
Neste artigo, investigamos as interseções entre educação e linguística aplicada, examinando a interligação entre a internacionalização da educação e conceitos como translinguagem, decolonialidade e fronteiras linguísticas no Sul Global. Advogamos por uma abordagem pedagógica translíngue para enfrentar desigualdades, considerando a diversidade linguística como um vetor de justiça social. A partir de mapeamento e análise textual discursiva (MORAES e GALIAZZI, 2020) junto à BNCC e entrevistas com estudantes, professores e gestores de um curso de idiomas, sublinhamos a importância da formação continuada docente para promover uma pedagogia sensível à diversidade linguística e cultural, desafiando fronteiras geopolíticas e ideológicas. A partir da legislação vigente, especialmente das Diretrizes Curriculares Nacionais para Internacionalização da Educação Básica (BRASIL, 2023), parece possível verificar uma incipiente incorporação da translinguagem nas políticas educacionais, enquanto a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) carece de perspectivas translinguísticas explícitas. A pesquisa de campo realizada sugere uma visão de fronteira linguística enraizada em perspectivas coloniais que influencia a busca do ensino de língua inglesa para comunicação global e crescimento pessoal, amplificando dinâmicas de poder colonial. Argumentamos pela necessidade de uma abordagem pedagógica decolonial translíngue que respeite a diversidade linguística e cultural, questionando fronteiras geopolíticas e ideológicas mesmo em contextos de cursos de idiomas.
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