Organismos internacionais e as políticas educacionais: um estado do conhecimento
DOI:
https://doi.org/10.48075/rtm.v19i35.34046Palavras-chave:
Organismos Internacionais; Políticas educacionais; Neoliberalismo.Resumo
Este artigo objetiva analisar a influência dos Organismos Internacionais (OIs) nas políticas educacionais, partindo das contribuições da comunidade acadêmica brasileira acerca do tema. Pretende-se demonstrar seu caráter globalizado e evidenciar elementos importantes sobre o papel dessa intervenção na promoção de políticas públicas que se interconectam, aumentando a perda de direitos da classe trabalhadora e a lucratividade dos detentores dos meios de acumulação do capital. Para isso, utiliza-se a metodologia de pesquisa para a elaboração de um Estado do Conhecimento descrita por Priscila Kohls-Santos e Marilia Morosini (2021). Após a sistematização das buscas na plataforma CAFe, foram analisados 9 artigos, publicados entre 2017 e 2023, à luz de outros autores e textos que compõem o arcabouço no qual o aprendizado sobre o tema se constitui. Conclui-se que as principais categorias de análise utilizadas para discorrer sobre esse tema giraram em torno dos conceitos de capital humano, internacionalização e neoliberalismo, com o conjunto de elementos que dão sentido a essas unidades. A produção acadêmica aborda o tema de maneira crítica, evidenciando como os Organismos Internacionais estão à serviço de uma concepção de Estado e de mercado que busca privatizar o acesso a direitos, imprimindo anacronismo à ideia de que o Estado deve garantir os direitos básicos de todas as pessoas, além de tornar o trabalho o mais lucrativo possível para o capital, inclusive às custas do aumento da desigualdade social, mesmo que concomitante com a diminuição da extrema pobreza.
Referências
AFONSO, A. J. Nem tudo o que conta em educação é mensurável ou comparável. Crítica à accountability baseada em testes estandardizados e rankings escolares. Revista Lusófona de Educação, [S.l.], v. 13, n. 13, 2009, p. 13-29. Disponível em: https://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/545. Acesso em: 28 jun. 2024.
AFONSO, A. J. Reforma do Estado e políticas educacionais: entre a crise do Estado-nação e a emergência da regulação supranacional. Educação e Sociedade, [S.l.], v. 22, n. 75, ago. 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/CGkRcsCcsynSwtSRsj44LBf/abstract/?lang=pt. Acesso em: 28 jun. 2024.
BANCO MUNDIAL. Um Ajuste Justo: análise da eficiência e equidade do gasto público no Brasil: volume I (síntese). Washington, D.C.: World Bank Group, 2017. Disponível em: https://www.worldbank.org/pt/country/brazil/publication/brazil-expenditure-review-report. Acesso em: 28 jun. 2024.
BARROSO, J. O Estado, a educação e a regulação das políticas públicas. Educação e Sociedade. Campinas, v. 26, n. 92, p. 725-751, out. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/TVLjsSNcwyChwwYkxtGX7YD/. Acesso em: 28 jun. 2024.
BORTOT, C. M; SCAFF, E; SOUZA, K R. Atuação dos organismos multilaterais para a governança global: difusão e transferência de políticas educacionais. Revista on-line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, p. e023026, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18072. Acesso em: 28 jun. 2024.
CANAN, S. R. Influência dos organismos internacionais nas políticas educacionais: só há intervenção quando há consentimento? Campinas: Mercado de Letras, 2016.
DALE, R. Globalização e educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional comum” ou localizando uma “agenda globalmente estruturada para a educação”? Educação e Sociedade, Campinas, v. 25, n. 87, p. 423-460, maio/ago. 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/bJbBCJS5DvngSvwz9hngDXK/abstract/?lang=pt. Acesso em: 28 jun. 2024.
FERNANDES, L. H. D. R; SHIROMA, E. O. Trabalho e educação na agenda do Banco Mundial para juventude brasileira. Revista Labor [on-line], [S.L], v. 1, n. 24, 2020. p. 511-37. Disponível em: https://doi.org/10.29148/labor.v1i24.60185. Acesso em: 28 jun. 2024.
FREITAS, S. T; ALMEIDA, M. L. P.; RODRIGUES, D. P. Internacionalização da educação superior: o discurso dos Organismos Multilaterais. Revista de Educação, Ciência e Cultura [on-line], Canoas, v. 25, n. 1, p. 267-284, mar. 2020. Disponível em: https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/Educacao/issue/view/286. Acesso em: 28 jun. 2024.
KOHLS-SANTOS, P.; MOROSINI, M. C. O revisitar da metodologia do estado do conhecimento para além de uma revisão bibliográfica. Revista Panorâmica [on-line], [S.l.], v. 33, maio-ago. 2021. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/revistapanoramica/index.php/revistapanoramica/article/download/1318/19192476/0. Acesso em: 28 jun. 2024.
MELO, A. A. S. Desenvolvendo competências e habilidades para o trabalhador do futuro: caminhos do Banco Mundial e da OCDE. Revista Lusófona de Educação [on-line], [S.l.], n. 51. p. 13-27, 2021. Disponível em: http://hdl.handle.net/10437/12193. Acesso em: 28 jun. 2024.
MENDES SEGUNDO, M. D. O Banco Mundial no comando da educação dos países periféricos. In: Trabalho, educação e a crítica marxista. LIMA et.al. (Orgs.). Fortaleza: Editora UFC, 2006 [Série Núcleo Trabalho e Educação, n. 1].
MOROSINI, M. C; FERNANDES, C.M. B. Estado do conhecimento: conceitos, finalidades e interlocuções. Educação por escrito, v. 5, n. 2, p. 154-164, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.15448/2179-8435.2014.2.18875. Acesso em: 28 jun. 2024.
PEREIRA, R. S. Avaliação de sistemas e política de competências e habilidades da OCDE. Práxis Educativa [on-line], [S.l.], v. 13, n. 1, p. 107–127, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.13i1.0006. Acesso em: 28 jun. 2024.
SALOMÉ, J. S; CARVALHO, M. B; SOARES, N. P. Banco Mundial e Educação: a interferência dos organismos internacionais nas políticas educacionais brasileiras. Cadernos de Pesquisa: Pensamento Educacional [On-line], [S.l.], v. 12, n. 32, p. 81-100, 15 dez. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.35168/2175-2613.UTP.pens_ed.2017.Vol12.N32.pp81-100. Acesso em: 28 jun. 2024.
SANTOS, T. R. F. S. Análise da atuação do grupo banco mundial na educação superior do brasil. 2017. 138 f. Dissertação (Mestrado), Centro de Educação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2017. Disponível em:
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27927. Acesso em: 28 jun. 2024.
SHIROMA, E. O. Gerencialismo e formação de professores nas agendas das Organizações Multilaterais. Momento – Diálogos em Educação [on-line], Santa Catarina, v. 27, n. 2, p. 88-106, 17 ago. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.14295/momento.v27i2.8093. Acesso em: 28 jun. 2024.
SCHULTZ, T. O capital humano: investimento em educação e pesquisa. Trad. Marco Aurélio de M. Matos. Rio de Janeiro. Zahar, 1973.
SOUZA, S. Z. L; OLIVEIRA, R. P. Políticas de avaliação da educação e quase mercado no Brasil. Educação e sociedade, Campinas, v. 24, n. 84, set. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/Qz7TkWG9XWK4kKSHZqzvZBc/. Acesso em: 28 jun. 2024.
TITTON, M.; D'AGOSTINI, A. Juventude e pobreza: a educação e as políticas públicas sob o ideário do Banco Mundial no contexto do aumento das desigualdades sociais. Perspectiva [on-line], Florianópolis, v. 38, n. 3, p. 1-23, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/61865/pdf. Acesso em: 28 jun. 2024.
ZANOTTO, M.; HIPPLER, K. E. Banco Mundial e a educação pública brasileira. Revista HISTEDBR [on-line], Campinas, v. 23, p. 1-26, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.20396/rho.v23i00.8669017. Acesso em: 28 jun. 2024.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.