Decolonialidade no ensino de línguas
um olhar para a formação docente através de uma narrativa autobiográfica
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v16i2.29166Palavras-chave:
decolonialidade, formação docente, narrativas autobiográficasResumo
Este artigo apresenta considerações a partir da adoção de uma postura decolonial conforme propõe Mignolo (2010), para analisar os saberes construídos em um projeto de extensão através de uma narrativa autobiográfica como abordagem de pesquisa (ESTEBAN, 2010; ELLIS; ADAMS; BOCHNER, 2011). O estudo foi desenvolvido acerca das experiências que foram vivenciadas com licenciandos/as, professores/as formadores/as da universidade e da educação básica do estado do Paraná (SEED), com vistas a estabelecer diálogos sobre a hierarquização de saberes na formação docente reconhecidas a partir das ações extensionistas sobre ensino de línguas. Interessa discutir de que maneira a hierarquização de saberes pode ser problematizada e investigada no ensino de línguas recorrendo a uma perspectiva de Linguística Aplicada Crítica (MOITA LOPES, 2006) para tecer reflexões sobre linguagem, decolonialidade e formação docente, com base nos estudos de Borelli (2017), Ballestrin (2013), Quijano (2005), Grosfoguel (2010). Discuto ainda a potência do trabalho que valoriza o tripé, ensino, pesquisa e extensão como uma maneira de estabelecer um diálogo entre formação inicial e continuada de professores de línguas.
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