O BRINCAR E O PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA DELICADA RELAÇÃO DESCORTINADA PELAS PESQUISAS

Resumo

O brincar e o lúdico apresentam uma delicada relação com o ensino fundamental devido à dicotomia historicamente construída, que prevê a escola como um lugar exclusivo para a aprendizagem, contraditória à brincadeira. Os termos são, assim, utilizados com semelhança semântica, embora o segundo tenha um sentido mais amplo, que abarca dentro de si o primeiro. O objetivo deste trabalho é verificar de que maneira as práticas docentes atuais permitem a presença do lúdico, necessário ao desenvolvimento do imaginário infantil nas turmas de primeiro ano do ensino fundamental. Para tal, realiza-se levantamento bibliográfico por meio de acesso às plataformas online da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Banco de Teses e Dissertações da CAPES e Google Acadêmico, com o uso das palavras-chave “lúdic*”; “lúdic*”+“primeiro ano do ensino fundamental”; “brincar”+“primeiro ano do ensino fundamental”; “ludic*”+“ensino fundamental”. Os resultados observam que as pesquisas focam ora na perspectiva dos professores, ora na dos alunos para compreender como é permitido às crianças brincar dentro das escolas. O ponto convergente entre eles é a pouca utilização de brincadeiras e de momentos lúdicos em turmas de primeiro ano, ainda que as pesquisas o apresentem como parte importante do desenvolvimento infantil. Como justificativa para a ausência do lúdico no processo da aprendizagem as pesquisas atribuem dois pontos relevantes, sendo a pouca exploração sobre o tema durante a formação docente e a necessidade de trabalhar massivamente os conteúdos escolares impostos pela sociedade e pelos documentos emitidos por instituições oficiais, tanto em esfera federal, quanto estadual e municipal. O encontro entre esses dois fatores reforça o uso de atividades mecânicas e muitas vezes sem sentido para as crianças.