A imprescindibilidade da leitura dos clássicos literários em contraposição ao estímulo espontaneísta do consumo de obras adaptadas: uma polêmica

Autores

  • Maria Amélia Dalvi Salgueiro
  • Rodrigo Gonçalves Dias Pitta
  • Sheila Cristina Trevisol Guimarães

Palavras-chave:

Leitura literária; adaptação de clássicos literários; ensino de literatura.

Resumo

Problematizamos o uso de adaptações de clássicos literários de qualidade duvidosa em contextos escolares, substituindo os textos originais. Discutimos o papel da escola na formação do indivíduo e a necessidade de evitar o esvaziamento do currículo escolar e, portanto, do trabalho pedagógico. Analisamos dados produzidos a partir de formulário/questionário respondido por professores de Língua Portuguesa da rede estadual e de algumas redes municipais de ensino do Espírito Santo. Constatamos que o uso de adaptações é realidade entre a maioria dos respondentes e que tal uso ampara-se em versões supostamente mais atrativas aos alunos e na simplificação da linguagem. Defendemos que a recorrência às adaptações dos clássicos, sem critérios claros e planejamento intencional, organizado e sistemático, colabora para o esvaziamento dos conteúdos literários.

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Publicado

11-03-2021

Como Citar

DALVI SALGUEIRO, M. A.; GONÇALVES DIAS PITTA, R.; TREVISOL GUIMARÃES, S. C. A imprescindibilidade da leitura dos clássicos literários em contraposição ao estímulo espontaneísta do consumo de obras adaptadas: uma polêmica. Espaço Plural, [S. l.], v. 1, n. 01, p. 21, 2021. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/espacoplural/article/view/33823. Acesso em: 18 abr. 2025.