The preventive potential of a post-humanist epistemological change in relation to the crime of wildlife trafficking in Paraná

Authors

Supporting Agencies
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

Keywords:

Animal traffic, Natuculture, Post-Humanism, Brazil

Abstract

The paper uses the interfaces of Community Development, Environmental History, Animal History, Law, and Police Sciences to discuss the crime of wildlife trafficking in the Atlantic Forest of Paraná, with the purpose of understanding the reasons for the existence of the phenomenon. Additionally, it aims to follow and reflect on the structuring of an emerging epistemological vision (post-humanist), which surpasses and requalifies the relationships between animals, (re)including human animals in the animal kingdom, based on the notion of an expanded, multispecies, and sociobiodiverse community. In this context, the objective is to consolidate a position that breaks with the rigid dichotomy/binary opposition between human animals and other animals, allowing for more holistic and relational reflections. This perspective, based on interdependence, interconnectedness, coexistence, and reciprocity among species, has the potential to catalyze the prevention of the crime under analysis, especially by elevating the relevance of non-human animals mentioned in this study. Thus, the repercussions of scientific knowledge, in various areas, including policing, could drive transformations even in deeply rooted anthropic attitudes that manifest as transgenerational cultures. 

Author Biographies

Fabio Antonio Matucheski Zarpelon, Polícia Militar do Paraná

PhD in Community Development from the Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Master in Community Development from Unicentro. Captain in the Military Police of Paraná.

Jó Klanovicz, Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

PhD in History from the Universidade Federal de Santa Catarina — UFSC (2007). Professor in the Graduate Program in History at the Universidade do Estado de Santa Catarina (PPGH-UDESC), in the Graduate Program in Community Development at the Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), and in the Department of History at UNICENTRO, in Guarapuava/PR. Coordinator of the Center for Environmental History, Culture & Technology (CHAT-UNICENTRO). CNPq Research Productivity Fellow (Level C).

References

ALMEIDA, Paulo; CALANDRINI, Vitor. O tráfico de animais silvestres na metrópole São Paulo – Brasil: uma análise dos aspectos legais, culturais e característicos dessa atividade (in)sustentável. Veredas do Direito: Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, [s. l.], v. 18, n. 42, p. 33, 2021.

ANAGNOSTOU, Michelle. Synthesizing knowledge on crime convergence and the illegal wildlife trade. Environmental Challenges, [s. l.], v. 5, p. 100222, 2021.

ARAYA JIMÉNEZ, Lisbeth; SANCHOTENE, Nicole. Autenticidade e felicidade: tensões entre dois imperativos culturais contemporâneos. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, [s. l.], v. 45, p. e2022201, 2022.

BARBER‐MEYER, Shannon M. Dealing with the Clandestine Nature of Wildlife‐Trade Market Surveys. Conservation Biology, [s. l.], v. 24, n. 4, p. 918–923, 2010.

BORGES, Bárbara T. Combate ao tráfico de animais silvestres no Brasil: análise sobre as fragilidades. [s. l.], 2019. Disponível em: <https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/51702/combate-ao-trafico-de-animais-silvestres-no-brasil-analise-sobre-as-fragilidades>. Acesso em: 3 set. 2023.

BRAUN, Ricardo. Novos paradigmas ambientais desenvolvimento ao ponto sustentável. Petrópolis: Vozes, 2008.

BUENO, Eduardo. Náufragos, traficantes e degredados: as primeiras expedições ao Brasil, 1500-1531. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.

CENTRO DE HISTÓRIA AMBIENTAL, CULTURA & TECNOLOGIA-UNICENTRO. O tráfico de animais na Mata Atlântica do Paraná. Youtube, 2024. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GRJVc7ex86g>. Acesso em: 1 jul. 2024.

CHAVES, Luiza A. Tráfico de animais silvestres: aspectos do comércio virtual de pássaros no estado do Rio De Janeiro. 2019. 167 f. Dissertação. Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019. Disponível em: <https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?cid=3#page=2&zoom=auto,-107,660>. Acesso em: 18 jun. 2022.

COLLARD, Rosemary-C. Animal traffic: lively capital in the global exotic pet trade. Durham: Duke University Press, 2020.

COSTA, Claudia de L.; FUNCK, Susana B. O Antropoceno, o pós-humano e o novo materialismo: intervenções feministas. Revista Estudos Feministas, [s. l.], v. 25, n. 2, p. 903–908, 2017.

DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da mata atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

DESTRO, Guilherme F. G. Tráfico de animais silvestres: da captura ao retorno à natureza. 2018. 195 f. Tese (Doutorado em Ecologia e Evolução) Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018.

DINIZ, Juliana. A memória biocultural da espécie humana. [S. l.], 2018. Disponível em: <https://medium.com/desenvolvimentoregenerativo/a-mem%C3%B3ria-biocultural-da-esp%C3%A9cie-humana-51bc5654ee0b>. Acesso em: 31 ago. 2020.

DOMAŃSKA, Ewa. A história para além do humano. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2024.

DUARTE, Regina Horta. Reciprocidades em desequilíbrio: história das relações entre animais. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 28, n. supl 1, p. 7–10, 2021.

FUDGE, Erica. A Left-Handed Blow: Writing the History of Animals. in: ROTHFELS, Nigel (org.) Representing animals. Indiana: Indiana University Press. 2002. p. 3-18.

HARAWAY, Donna. Antropoceno, Capitaloceno, Plantationoceno, Chthuluceno: fazendo parentes. Revista ClimaCom, ano 3, n. 5, 2016.

HARAWAY, Donna. The companion species manifesto: dogs, people, and significant otherness. Chicago: Prickly Paradigm Press, 2003.

IAT. Paraná é o Estado que tem maior remanescente da Mata Atlântica. [S. l.], 2020. Disponível em: <https://www.iat.pr.gov.br/Noticia/Parana-e-o-Estado-que-tem-maior-remanescente-da-Mata-Atlantica>. Acesso em: 21 out. 2023.

IAT. Planilha - Fauna Vitimada. Curitiba: Instituto Água e Terra, 2023.

JONES, Karen. From big bad wolf to ecological hero: Canis Lupus and the Culture(s) of Nature in the American–Canadian West. American Review of Canadian Studies, [s. l.], v. 40, n. 3, p. 338–350, 2010.

KLANOVICZ, Jo. O Antropoceno e outras novas periodizações para uma história ambiental do tempo presente. In: ELIBIO, Tony et al. (org.) Tempo presente: uma história em debate. Recife: Editora da UPE, 2019. p. 199–235.

KOSMINSKY, Doris. O que é a teoria do holobionte? E o que os microorganismos têm a ver com nós? In: LABVIS. [s. d.]. Disponível em: <https://labvis.eba.ufrj.br/projetos/holobionte/>. Acesso em: 3 jul. 2024.

LACAPRA, Dominick. History and its limits: human, animal, violence. Ithaca: Cornell University Press, 2009.

LATOUR, Bruno. A esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. Bauru: EDUSC, 2001.

LATOUR, Bruno. Reagregando o social. Bauru: Edusc, 2012.

LEITTE, Tamara. Da guerra contra coureiros aos criadouros legalizados: a saga do jacaré-do-pantanal. FEN. 28 jun. 2019. Disponível em: <https://site.fen.org.br/informacoes/da-guerra-contra-coureiros-aos-criadouros-legalizados-a-saga-do-jacare-do-pantanal/>. Acesso em: 11 maio 2024.

LESTEL, Dominique. As origens animais da cultura. Lisboa: Instituto Piaget, 2002.

LOVELOCK, James. Gaia: um novo olhar sobre a vida na Terra. Portugal: Edições 70, 2020.

MAIA, Ana M. S. R. S.; FERREIRA, Poliana da S.; SILVA, Isadora M. G. da. Análise sobre os aspectos legais do tráfico de animais silvestres. [s. l.], 2022. Disponível em: <https://zenodo.org/record/7343433>. Acesso em: 29 maio 2023.

MALONE, Nicholas; OVENDEN, Kathryn. Natureculture. In: The International Encyclopedia of Primatology. [S. l.]: American Cancer Society, 2016. p. 1–2. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119179313.wbprim0135>. Acesso em: 31 ago. 2020.

MARGULIS, Lynn; FESTER, René (orgs.) Symbiosis as a source of evolutionary innovation: speciation and morphogenesis. Cambridge: MIT Press, 1991.

MARQUES, Dimas R. P. Em pauta, o tráfico de animais silvestres: a cobertura da Folha De S. Paulo e O Globo (2010-2014). 2019. Dissertação (Mestrado em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades). Universidade de São Paulo, São Paulo, Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-18022019-132149/>. Acesso em: 29 jun. 2022.

MAUCH, Chistoff; TRISCHLER, Helmut. International Environmental History. RCC Perspectives, v. 1, n. 1, 2011.

MCNEILL, John R.; ENGELKE, Peter. The great acceleration: an environmental history of the anthropocene since 1945. Cambridge: The Belknap Press, 2014.

MPF, Justiça Federal - Paraíba. Sentença Tipo D. Disponível em: sentenca-traficante-de-animais Acesso em: 26 nov. 2025.

NANCE, Susan (org.) The historical animal. Syracuse: Syracuse University Press, 2015.

NASSARO, Adilson L. F. Policiamento ambiental: políticas públicas de meio ambiente e tráfico de animais silvestres (oeste do estado de São Paulo, 1998 a 2012). 2013. Dissertação – Universidade Estadual Paulista, Assis, 2013. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/93382>. Acesso em: 2 jul. 2022.

NUNES, Vitoria F. Primos, pets ou pestes? a relação entre humanos E Macacos-prego dentro e fora da internet. 2021. 101 f. Dissertação. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021. Disponível em: <https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=11471815>. Acesso em: 8 jul. 2022.

OLIVEIRA, Gustavo G.; OLIVEIRA, Anna L.; MESQUITA, Rui G. de. A teoria do discurso de Laclau e Mouffe e a pesquisa em educação. Educação & Realidade, [s. l.], v. 38, n. 4, p. 1327–1349, 2013.

PÁDUA, José A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista, 1786-1888. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

PARQUE DAS AVES. Parque das aves - Foz do Iguaçu - Paraná - Brasil. 2023. Disponível em: <https://www.parquedasaves.com.br/nosso-trabalho/o-problema/>. Acesso em: 8 set. 2023.

PIEROTTI, Raymond; WILDCAT, Daniel. Traditional ecological knowledge: the third alternative (commentary). Ecological Applications, [s. l.], v. 10, n. 5, p. 1333–1340, 2000. p. 1366.

PINKER, Steven. Os anjos bons da nossa natureza. São Paulo: Cia das letras, 2017.

PMMS. BO 563/2024. [S. l.: s. n.], 2024. Acesso em: 8 out. 2024.

PMPR. BOU n. 2024/1193999. [S. l.: s. n.], 2024a. Acesso em: 8 out. 2024.

PMPR. BOU no 2024/1222981. [S. l.: s. n.], 2024b. Acesso em: 8 out. 2024.

PONTES FILHO, Raimundo P.; MENDONÇA, Adriana L. P.; MAMED, Danielle de O. Tráfico de animais silvestres: o contrabando de aves na Amazônia e os desafios da proteção jurídica e da fiscalização, 2021. Disponível em: <https://bdjur.stj.jus.br/jspui/handle/2011/158295>. Acesso em: 6 jul. 2024.

PRF. BO no 1778325211022141616. [S. l.: s. n.], 2021. Acesso em: 5 abr. 2024.

RENCTAS. Renctas - Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres. [S. l.], 2024. Disponível em: <https://renctas.org.br/>. Acesso em: 3 abr. 2024.

RENCTAS. 1o Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre. [S. l.: s. n.], 2001. Disponível em: <https://www.renctas.org.br/wp-content/uploads/2014/02/REL_RENCTAS_pt_final.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2021.

RITVO, Harriet. The animal estate: the English and other creatures in the Victorian age. Cambridge: Harvard University Press, 1987.

RODRIGUES, Paula. A máfia dos bichos: muito além de reality, tráfico de animais no Brasil tira 38 milhões de bichos da mata por ano e gira R$ 3 bi. [S. l.], 2020. Disponível em: <https://www.uol.com.br/ecoa/reportagens-especiais/trafico-no-brasil-tira-por-ano-35-milhoes-de-animais-da-floresta-e-gira-r-3-bilhoes/>. Acesso em: 23 abr. 2021.

SENASP. Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária/Grupo de Trabalho. 5.ed. Brasília: Secretaria Nacional de Segurança Pública, 2012.

SILVA FILHO, Erivaldo C.; THEVENIN, Talita B. B. Evolução legislativa da fauna silvestre brasileira e os (des)caminhos de sua proteção jurídico-normativa. Revista Brasileira de Direito Animal, [s. l.], v. 16, n. 2, p. 15, 2021.

SINGER, Peter. Libertação animal. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

SIRVINKAS, Luís P. Manual de direito ambiental. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

SOLLUND, Ragnhild. Animal Trafficking and Trade: Abuse and Species Injustice. In: WALTERS, Reece; WESTERHUIS, Diane S.; WYATT, Tanya (orgs.) Emerging Issues in Green Criminology. London: Palgrave Macmillan UK, 2013. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1057/9781137273994_5>. Acesso em: 3 nov. 2023.

STIFELMAN, Anelise G. Alguns aspectos sobre a fauna silvestre na lei dos crimes ambientais. [S. l.: s. n.], 2002. Disponível em: <http://www.amprs.org.br/arquivos/comunicao_noticia/anelise1.pdf>. Acesso em: 8 set. 2023.

STASSART, Joachim S; CARDOSO Jr., Dário. A lavanderia de fauna silvestre: como riscos de fraude, corrupção e lavagem viabilizam o tráfico de vida silvestre. [S. l.]: Transparência Internacional Brasil, 2024.

SUTHERLAND, Edwin H.; CRESSEY, Donald R.; LUCKENBILL, David F. Principles of criminology. 11.ed. Dix Hills: General Hall, 1992.

TANZI, Vito; SCHNEIDER, Friedrich; BARBOSA, Fernando de H. Economia subterrânea: uma visão contemporânea da economia informal no Brasil: artigos. Rio de Janeiro, Brasil: Elsevier: ETCO, Instituo Brasileiro de Ética Concorrencial: Campus, 2009.

TEIXEIRA, Dante M. Com o diabo no corpo: os terríveis papagaios do Brasil colônia. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, [s. l.], v. 25, n. 1, p. 87–126, 2017.

THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em relação as plantas e aos animais (1500-1800). São Paulo: Companhia de Bolso, 2010.

WATKINS, Case. Palm Oil Diaspora: Afro-Brazilian Landscapes and Economies on Bahia’s Dendê Coast. Cambridge: Cambridge University Press, 2021.

ZAMBOM, Maria L. A. Políticas públicas municipais e gestão de fauna silvestre vitimada pelo comércio ilegal de animais: análise dos municípios paulistas que possuem Cetas e Cras. 2018. 167 f. Dissertação – Universidade Federal de São Carlos, 2018. Disponível em: <https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/11736>. Acesso em: 9 jul. 2022.

Published

11-12-2025

How to Cite

MATUCHESKI ZARPELON, F. A.; KLANOVICZ, J. The preventive potential of a post-humanist epistemological change in relation to the crime of wildlife trafficking in Paraná. Espaço Plural, [S. l.], v. 21, n. 43, p. 255–283, 2025. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/espacoplural/article/view/36200. Acesso em: 20 dec. 2025.