Mulheres, agrotóxicos e agroecologia:
análise da contestação de três cientistas à lógica vigente no processo de produção de alimentos na agricultura
DOI:
https://doi.org/10.48075/rfc.v27i45.34157Resumo
O objetivo deste ensaio é resgatar as trajetórias de três mulheres pesquisadoras do pensamento agroecológico mundial, contemplando diferentes momentos históricos e espaciais. Inicia com o rememorar da vida e obra seminal da norte-americana Rachel Carson, pioneira na elaboração científico-crítica dos efeitos nefastos dos produtos agroquímicos no meio ambiente na década de 1960. Em seguida, apresenta a contribuição filmográfica e literária da jornalista investigativa e cineasta francesa Marie-Monique Robin, que publicizou aspectos até então ocultos sobre a questão dos alimentos geneticamente modificados e sua tecnologia de produção desenvolvida e patenteada pela empresa multinacional Monsanto, nos anos 2000. Os impactos decorrentes deste pacote tecnológico na saúde coletiva, ocasionou efeitos sociais e ambientais que Robin conseguiu correlacionar, provocando (assim como Carson, nos anos 60) mudanças em legislações em alguns países. Por fim, conclui-se a tríade feminina com a geógrafa agrária brasileira Larissa Bombardi, cuja pesquisa sobre os efeitos dos agrotóxicos no Brasil repercutiu mundialmente, e localmente desnudou um viés politicamente conservador em relação ao meio ambiente entre 2018 e 2022, que resultou em ameaças e perseguição à cientista no país. Sob o ponto de vista metodológico, empregou-se a Anti-History Theory para detectar as convergências entre os trabalhos das três cientistas. Como principal conclusão destaca-se que a interpretação das obras e dos discursos realizados por vozes femininas, por vezes silenciadas, apontam a existência de um pensamento capitalista-machista há mais de 60 anos, desde Primavera Silenciosa, reforçando que resistência é um substantivo feminino e agroecológico, assim como coragem.
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