Sustentabilidade e valorização da terra e sua relação com o batismo dos assentamentos rurais em Sergipe

Resumo

Este artigo faz um recorte da Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Letras, de Robson Santos Silva – A Toponímia dos Assentamentos Rurais em Sergipe: Denominação, memória e ideologia, que teve por finalidade analisar as relações ideológicas e identitárias presentes nas motivações toponímicas de batismo dos Assentamentos Rurais de Reforma Agrária em Sergipe. Partindo de uma análise de base crítica, isto é, centrada na subárea da Toponímia Crítica, o estudo pretérito evidenciou as formas pelas quais linhas ideológicas dentro do pensamento do movimento campesino estão presentes na formação lexical dos nomes dos assentamentos. Para este estudo, os nomes estudados foram agrupados em Campos Motivacionais conforme Silva, 2024, e analisados com base nos estudos de Toponímia Crítica (Berg, L.;Vuolteenaho, J, 2009 e Rose-Redwood; Aldernan, 2011). Para tanto, foi importante a noção de topofilia apresentada em Tuan, 2012, além de outros conceitos. Partindo do Campo Motivacional da Topofilia, este trabalho traz os nomes dos Assentamentos Rurais cuja motivação para o batismo parte de uma relação entre o homem e o lugar ocupado, tendo como fio condutor o sentimento advindo do cultivo da terra a partir de uma consciência de sustentabilidade promovida pela topofilia – ação de afeição ao lugar habitado. Sendo um desdobramento da dissertação supracitada, este estudo objetiva também ampliar as ideias presentes na referida dissertação de origem do artigo, bem como contribuir para os debates acerca da sustentabilidade ambiental promovida pelo trabalhador rural, tendo em vista o reflexo desta ação na denominação dos lugares, uma vez que o estudo evidencia a forma como as noções de afeição à terra e sustentabilidade ambiental se materializam no léxico denominativo de lugar.