Regulação educacional: dimensões e interfaces com a avaliação externa
DOI :
https://doi.org/10.48075/rtm.v19i35.34212Mots-clés :
Regulação educacional; Avaliação externa; Gerencialismo.Résumé
As transformações internacionais de ordem política, social e econômica, que ocorreram no final do século XX, implicou em reformas de Estado que impactaram o campo educacional, modificando a regulação dos sistemas educacionais. Essas reformas, entre outras medidas, impulsionaram políticas de avaliação externa em diferentes países, com desdobramentos em âmbito nacional para os sistemas de educação e redes de ensino. Com base nessa realidade, este artigo tem como objetivo discutir os processos regulatórios das políticas educacionais na conjuntura gerencialista da avaliação externa, pautada em mecanismos de controle e responsabilização nos sistemas educacionais. A abordagem metodológica baseou-se na revisão bibliográfica a partir de estudos de autores/as que debatem a configuração das políticas de avaliação externa a nível internacional e nacional. Os resultados mostram que apesar de ser consensual que as políticas de avaliação foram implementadas de forma diferenciada no contexto específico de cada país, registra-se que houve certa convergência no que se refere a um projeto de educação mundial hegemônico que tem a avaliação dos sistemas educacionais como um importante eixo, que se expandiu, gradativamente, ao longo das últimas décadas.
Références
ALTMANN, Helena. Influências do Banco Mundial no projeto educacional brasileiro. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 77-89, jan./jun. 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/gXrrXjGztGfmRqhqLHgKqgt/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 20 mar 2024.
ANDERSON, P. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, E.; GENTILI, P. Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008.
ABRUCIO, F. L. Os avanços e os dilemas do modelo pós-burocrático: a reforma da administração pública à luz da experiência internacional recente. In: PEREIRA, L. C. B.; SPINK, P. K. (Orgs.). Reforma do Estado e administração pública gerencial. Rio de Janeiro: Editora FGV. 2005, p. 173-199.
AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação e emancipação: para uma sociologia das políticas avaliativas contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2000.
AFONSO, Almerindo Janela. Mudanças no Estado-avaliador: comparativismo internacional e teoria da modernização revisitada. Revista Brasileira de Educação, v. 18 n. 53 abr.-jun. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/ j/rbedu/a/bBY4jtTrbmqnxmRcJrQkpqj/abstract/?lang=pt. Acesso em: 08 abr. 2024
BARROSO, J. O Estado, a educação e a regulação das políticas públicas. Educação & Sociedade, v. 92, p. 725-751, 2005. Disponível em: www.scielo.br/pdf/es/v26n92/v26n92a02.pdf. Acesso em: 18 set. 2024.
BARROSO, J. O Estado e a educação: a regulação transnacional, a regulação nacional e a regulação local. In: BARROSO, J. (Org.). A regulação das políticas públicas de educação: espaços, dinâmicas e atores. Lisboa: Educa, 2006. p. 41-70.
BALL, S. J. Performatividade, privatização e o pós-estado do bem-estar. Educ. Soc., Campinas, v. 25, n. 89, p. 1105-1126, set.-dez. 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/ j/es/a/3DXRWXsr9XZ4yGyLh4fcVqt/abstract/?lang=pt. Acesso em: 18 set. 2024.
BALL, S. J. Sociologia das políticas educacionais e pesquisa crítico-social: uma revisão pessoal das políticas educacionais e da pesquisa em política educacional. Currículo sem Fronteiras, v. 6, n. 2, pp.10-32, jul-dez, 2006. Disponível em: https://biblat.unam.mx/hevila/CurriculosemFronteiras/2006/vol6/no2/2.pdf. Acesso em: 13 ago. 2024.
BOYER, R. A teoria da regulação: uma análise crítica. São Paulo; Nobel, 1990.
COMAR, S. R. Política de avaliação do projeto principal de educação da américa latina e caribe: uma análise a partir da abordagem do ciclo de políticas. In: ANPED SUL, 10, 2014. Anbnais [...] Florianópolis, 2014.
DALE, R. Globalização e educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional mundial comum” ou localizando uma “agenda globalmente estruturada para a educação”? Educ. Soc., Campinas, v. 25, n. 87, p. 423-460, maio/ago. 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/ j/es/a/bJbBCJS5DvngSvwz9hngDXK/abstract/?lang=pt. Acesso em: 13 ago. 2024.
DUTERCQ, Y.; ZANTEN, A. V. L’évolution des modes de regulation. Éducation et Sociétés, v. 2, n. 8, p. 5-10, 2001. Disponível em: https://www.cairn.info/revue-education-et-societes-2001-2-page-5.htm#anchor_plan –. Acesso em: 15 maio 2024.
FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. Educação básica no Brasil na década de 1990: subordinação ativa e consentida à lógica do mercado. Educ. Soc., Campinas, v. 24, n. 82, p. 93-130, 2003.
GRUENING, G. Origin and theoretical basis of New Public Management. International Public Management Journal, n. 4, 2001.
MAROY, C. Les modes de régulation de l’École. Revue internationale d’éducation de Sèvres, v. 46, p. 87-98 déc., 2007. Disponível em: https://doi.org/10.4000/ries.754. Acesso em: 10 mar. 2024.
MAROY, C. Em direção a uma regulação pós burocrática dos sistemas de ensino na Europa? In: OLIVEIRA, D. A.; DUARTE, A. Políticas Públicas e educação: regulação e conhecimento. Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2011. 288p.
NEAVE, G. On the cultivation of quality, efficiency and enterprise: An overview of recent trends in higher education in Western Europe, 1986-1988. European Journal of Education, v. 23, n. 1/2, 1988, p. 7-23, 1988.
REIS, I. Governança e regulação da educação Perspectivas e conceitos. Educação, Sociedade & Culturas, n. 39, 101-118, 2013. Disponível em: https://www.fpce.up.pt/ciie/sites/default/files/07.IsauraReis.pdf. Acesso em: 10 mar. 2024.
SANTOS, W. G. dos. Cidadania e justiça: a política social na ordem brasileira. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Campus, 1987.
SOUZA, C. Estado da arte da Pesquisa em Políticas Públicas. In: HOCHMAN, G; ARRETCHE, M; MARQUES, E. (Orgs.). Políticas Públicas no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2007.
SOUSA, S. Z.; OLIVEIRA, R. P. de. Sistemas estaduais de avaliação: uso dos resultados, implicações e tendências. Cadernos de Pesquisa, v. 40, n. 141, p. 793-822, set./dez. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/ j/cp/a/HfYnBHFv4x63bWY6nkfJt7H/abstract/?lang=pt. Acesso em 15 mar. 2024.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.