Padronização da educação na América Latina: organismos internacionais, políticas neoliberais e o impacto das avaliações externas e em larga escala
International organisations, neoliberal policies and the impact of external and large-scale evaluations
DOI :
https://doi.org/10.48075/rtm.v19i35.34895Mots-clés :
Organismos Internacionais; América Latina; Avaliações Educacionais.Résumé
Este artigo analisa como os organismos internacionais – a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Banco Mundial e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) – influenciaram políticas de avaliação externa em larga escala, visando reorientar a formação da força de trabalho nos países latino-americanos. A análise concentra-se em documentos produzidos entre 1990 e 2019, incluindo relatórios, diretrizes estratégicas e recomendações de políticas públicas. Os resultados indicam uma mudança no discurso educacional: inicialmente, o foco era expandir o acesso à educação primária para apoiar o crescimento econômico; posteriormente, a ênfase passou a ser o desenvolvimento de uma força de trabalho flexível e adaptável às demandas da economia do conhecimento, com atenção a competências digitais, inovação e aprendizado contínuo. Além disso, esses órgãos passaram a priorizar indicadores de desempenho e avaliações padronizadas como instrumentos para medir a eficácia das políticas educacionais, reforçando a vinculação entre educação, mercado de trabalho e competitividade econômica. Conclui-se que a influência desses organismos não se restringiu a recomendações técnicas, mas moldou agendas nacionais, estratégias de financiamento e prioridades educacionais, promovendo uma visão de educação orientada a resultados e empregabilidade.
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