Sobre a Revista

A Revista Línguas&Letras  (Qualis/CAPES A3) é uma publicação bimestral do Programa de Pós-Graduação em Letras da UNIOESTE — Campus de Cascavel. O projeto atende às especificidades da área de Letras e Linguística, tendo em vista as questões de ensino/aprendizagem de línguas, questões de leitura e escrita, estudos de literatura, crítica literária e estudos das diversas linguagens artísticas articuladas aos saberes inter e multidisciplinares.  A revista organiza-se a partir de dossiês temáticos.   Alternadamente, são abertas chamadas públicas nas áreas de Estudos Literários e de Estudos Linguísticos.  As chamadas para submissão de artigos são anunciadas via editais públicos em português, espanhol e inglês. 

A Revista mantém sua política editorial voltada à reflexão dos saberes e à divulgação da produção acadêmica, tendo no horizonte o exercício de tornarem públicos resultados de pesquisa contemplados pelo escopo de Letras e Linguística, que alicerçam o desenvolvimento do conhecimento na graduação e na pós-graduação. Aceitam-se contribuições em português, inglês, espanhol, italiano e alemão, as quais serão submetidas à apreciação da Comissão Editorial da Revista. 

  


 Revista Línguas & Letras — e-ISSN:  1981-4755 — ISSN: 1517-7238.


Periodicidade: Bimestral

Classificação no WebQualis-Capes:

Linguística e Literatura A3

 


 Indexadores:

DIADORIM

https://diadorim.ibict.br 

Latindex 

http://www.latindex.org 

Portal de Periódicos da CAPES

http://www.periodicos.capes.gov.br/

REDIB (Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento Científico)

https://www.redib.org/

  WorldCat: The World's Largest Library Catalog

https://www.worldcat.org/

 ERIH PLUS 

(European Reference Index for the Humanities)

https://dbh.nsd.uib.no/publiseringskanaler/erihplus/ 

 EBSCO (Research Databases)

https://www.ebscohost.com/

Google Acadêmico

  


 

 Sistema de Submissão: fluxo contínuo

Os manuscritos podem ser submetidos em qualquer data. Assim que forem enviados, serão designados os avaliadores e, em caso de aprovação, serão incorporados no próximo número a ser publicado.

Sistema de Publicação: ahead of print

Os trabalhos aceitos para publicação e que tiveram os procedimentos editoriais encerrados serão imediatamente publicados na versão eletrônica. Isso será feito até que se encerre a composição de um novo fascículo.

 

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DOSSIÊ vol. 26, n. 61 (2025/2) ENTRE O SILENCIAMENTO E A DENÚNCIA: AS VIOLÊNCIAS PRESENTES NAS NARRATIVAS CONTEMPORÂNEAS DE AUTORIA FEMININA

27-07-2025

As mulheres, por um período considerável da história, foram tratadas como objetos na literatura. Isso se deve, entre outros fatores, ao fato de que a escrita esteve predominantemente sob o domínio de homens, em especial, daqueles que representavam a masculinidade hegemônica, ou seja, brancos, heterossexuais e detentores do capital. Embora nos deparemos com inúmeras tentativas de silenciamento das mulheres, uma parcela delas, sobretudo as brancas que pertenciam às elites, conquistaram, num primeiro momento, o direito à leitura e, apesar da resistência de uma sociedade erguida e sustentada sob a égide do patriarcado, o direito de escrever. Constância Lima Duarte ao discorrer sobre a literatura afro-brasileira em Gênero e violência na literatura afro-brasileira (2010), evidencia uma diferenciação entre a produção literárias das autoras brancas e das autoras negras. A partir do contexto brasileiro, a estudiosa observa que a literatura produzida por mulheres brancas pouco trazia nos textos as violências às quais as mulheres eram sujeitadas. Quando a temática se fazia presente, as representações se limitavam às violências simbólicas. Em contrapartida, quando se tratava da produção literária das autoras afro-brasileiras, pensando aquelas que publicaram nos Cadernos Negros, Constância aponta que as escritoras em questão expuseram, sem meandros, as múltiplas violências que as mulheres são vítimas, tais como o espancamento, o estupro e o aborto, temas que foram sistematicamente negligenciados até então. Atualmente, ao deparamos com a produção literária brasileira de autoria feminina de escritoras não racializadas é possível identificar certa mudança, uma das mais evidentes diz respeito a incorporação de temas antes negligenciados, dentre eles as múltiplas violências para além da simbólica. Isso ocorre, por exemplo, nos romances de Tatiana Salem Levy Vista Chinesa (2021) e Melhor não contar (2024), e no romance O peso do pássaro Morto (2017), de Aline Bei. Dado o exposto, nosso objetivo é reunir trabalhos que discutam sobre representações das violências praticadas contra as mulheres, brancas e negras, em textos literários de autoria feminina em diferentes gêneros literários e/ou artísticos adotando, sempre que possível, uma abordagem intereseccional.

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Edição Atual

v. 26 n. 61 (2025): ENTRE O SILENCIAMENTO E A DENÚNCIA: AS VIOLÊNCIAS PRESENTES NAS NARRATIVAS CONTEMPORÂNEAS DE AUTORIA FEMININA

As mulheres, por um período considerável da história, foram tratadas como objetos na literatura. Isso se deve, entre outros fatores, ao fato de que a escrita esteve predominantemente sob o domínio de homens, em especial, daqueles que representavam a masculinidade hegemônica, ou seja, brancos, heterossexuais e detentores do capital. Embora nos deparemos com inúmeras tentativas de silenciamento das mulheres, uma parcela delas, sobretudo as brancas que pertenciam às elites, conquistaram, num primeiro momento, o direito à leitura e, apesar da resistência de uma sociedade erguida e sustentada sob a égide do patriarcado, o direito de escrever. Constância Lima Duarte ao discorrer sobre a literatura afro-brasileira em Gênero e violência na literatura afro-brasileira (2010), evidencia uma diferenciação entre a produção literárias das autoras brancas e das autoras negras. A partir do contexto brasileiro, a estudiosa observa que a literatura produzida por mulheres brancas pouco trazia nos textos as violências às quais as mulheres eram sujeitadas. Quando a temática se fazia presente, as representações se limitavam às violências simbólicas. Em contrapartida, quando se tratava da produção literária das autoras afro-brasileiras, pensando aquelas que publicaram nos Cadernos Negros, Constância aponta que as escritoras em questão expuseram, sem meandros, as múltiplas violências que as mulheres são vítimas, tais como o espancamento, o estupro e o aborto, temas que foram sistematicamente negligenciados até então. Atualmente, ao deparamos com a produção literária brasileira de autoria feminina de escritoras não racializadas é possível identificar certa mudança, uma das mais evidentes diz respeito a incorporação de temas antes negligenciados, dentre eles as múltiplas violências para além da simbólica. Isso ocorre, por exemplo, nos romances de Tatiana Salem Levy Vista Chinesa (2021) e Melhor não contar (2024), e no romance O peso do pássaro Morto (2017), de Aline Bei. Dado o exposto, nosso objetivo é reunir trabalhos que discutam sobre representações das violências praticadas contra as mulheres, brancas e negras, em textos literários de autoria feminina em diferentes gêneros literários e/ou artísticos adotando, sempre que possível, uma abordagem intereseccional.

Publicado: 15-08-2025
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